CAPÍTULO 8

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE RISCOS DE CONTAMINAÇÃO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS E SUBTERRÂNEAS POR AGROTÓXICOS APLICADOS NA CULTURA DO MARACUJÁ-AMARELO NA MICROBACIA HIDROGRÁFICA DO IGARAPÉ CUMARU, ESTADO DO PARÁ

Maria Conceição Peres Young Pessoa

Ricardo de Oliveira Figueiredo

Anderson Soares Pereira

Eduardo Jorge Maklouf Carvalho

Marco Antonio Ferreira Gomes

Lilianne Maia Lima

Fábio Monteiro Cruz

Tarcísio Ewerton Rodrigues (in memoriam)

Introdução

Localizada no Município de Igarapé-Açu, no nordeste do Estado do Pará, a microbacia do Igarapé Cumaru, tributário do rio Maracanã, encontra-se na unidade geológica regional Pós-Barreiras, onde se localiza o aquífero sedimentar de mesmo nome (LIMA, 2003). Nesse local, Leão (2003) relatou a ocorrência de variação do nível estático do aquífero, entre 2000 e 2001, onde no período seco o aquífero livre sofreu variação de nível de 1,62 m a 7,32 m, enquanto no período chuvoso, de 1,24 m a 3,52 m. A baixa profundidade do aquífero livre, associada à predominância de solos de textura arenosa/média e de textura média, e de relevo plano e suave ondulado, sinaliza a vulnerabilidade natural das águas subterrâneas dessa bacia de drenagem (LIMA et al., 2007).

Atrelados aos baixos níveis de profundidades do aquífero, acrescentam-se os aspectos mundialmente evidenciados quanto à necessidade de conservação da qualidade da água para consumo humano frente às evidências, cada vez mais crescentes, de limitação futura desse recurso natural exposto às diversas fontes de contaminação antrópica.

A atividade agrícola exercida na microbacia do Igarapé Cumaru, onde se encontra o aquífero Pós-Barreira, torna-se mais um fator de risco de exposição do local aos perigos de contaminação das águas superficial e subterrânea por agrotóxicos, que podem, ainda, afetar a integridade desses frágeis ecossistemas aquáticos amazônicos em sua biodiversidade e funções biogeoquímicas.

Entre os cultivos existentes na área de influência desse aquífero, cita-se o maracujá-amarelo (Passiflora edulis Sims. f. flavicarpa Deg.), que vem sendo uma das atividades principais da agricultura familiar na antiga região agrícola da Amazônia conhecida como Zona Bragantina.

O maracujá-amarelo é uma planta trepadeira, perene e lenhosa, com crescimento rápido e sistema radicular pivotante pouco profundo, que é mais bem adaptada às regiões de clima quente (temperaturas médias entre 21 °C e 32 °C) (CORRÊA, 2004). Gonçalves e Naves (2005) sinalizam que a produtividade do maracujazeiro é muito afetada pela radiação solar, pelas baixas temperaturas – tanto do ar quanto do solo –, pelo número de horas de brilho solar, pelo estresse hídrico e pelas deficiências nutricionais. Benato et al. (2002) apontam que o maracujá está sujeito a uma rápida deterioração causada pelo murchamento e incidência de microrganismos patogênicos, que, aliado à falta de tecnologia adequada de manuseio e conservação, acarretam perdas significativas. Frente ao apresentado, o maracujá-amarelo também está exposto aos danos causados por pragas e doenças, assim como ao manejo inadequado de solo e irrigação, entre outros, que, além de limitarem a produção e a manutenção do produtor nesses cultivos, acabam expondo o ambiente de produção aos perigos decorrentes das formas de controle químico. Em se tratando da importância econômica do cultivo para o País, Gonçalves e Naves (2005) apontam que o Brasil é o maior produtor mundial de maracujá-amarelo, com uma produtividade variando de 5 t ha-1 ano-1 a 70 t ha-1 ano-1.

Segundo o IBGE (2003), a produção de maracujá no Município de Igarapé-Açu, no ano de 2003, totalizou 4.050 t em uma área de 450 ha, destacando-se esse município como o segundo maior município produtor do fruto no Pará. A cultura tem importância socioeconômica como fornecedora de renda de forma continua e oportunidade de ocupação de mão de obra, durante praticamente todo o ano; fatores que, atrelados às condições ambientais na microbacia do Igarapé Cumaru, a tornam atrativa também para a agricultura familiar. O preparo da área de plantio nessa região baseia-se na derrubada e queimada da vegetação de pousio – capoeiras que cobrem a maior parte das terras –, fato que potencializa a ocorrência de lixiviação de agrotóxicos nos solos agricultáveis (KATO et al., 2004; SOMMER et al., 2004; VIEIRA et al. 2003). Estudo conduzido por Amaral (2001), avaliando os riscos do uso de agrotóxicos na saúde das comunidades da microbacia do Cumaru, relata acentuado consumo desses produtos nos cultivos de pimenta-do-reino e maracujá. Desse modo, a exposição do ambiente local à utilização de agrotóxicos empregados no controle de pragas e doenças da cultura do maracujá-amarelo demanda a avaliação do risco de consequências negativas também para a qualidade da água.

Salientando a importância da avaliação do risco ambiental do uso de agrotóxicos, Pessoa et al. (2006) apresentaram informações do relatório do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) (UNICAMP, 2006) que relatam o gasto de aproximadamente US$ 4,2 bilhões em agrotóxicos no País em 2004. Acrescenta-se que o Brasil encontra-se entre os dez maiores consumidores desses produtos, que representam cerca de 70% do mercado mundial (UNICAMP, 2006). Pessoa et al. (2006) também relatam os trabalhos realizados ao longo dos últimos anos (CERDEIRA et al., 2002a, 2002b; 2005; CHAIM et al., 2002; 2004; FERRACINI et al., 2001; FILIZOLA et al., 2002; GOMES et al., 2002; PESSOA et al., 1998; 1999; 2003a, 2003b) que reportam o impacto ambiental negativo de práticas inadequadas do uso de agrotóxicos nos diferentes compartimentos do ambiente, bem como suas implicações para a saúde humana, desperdícios e problemas decorrentes da tecnologia de aplicação utilizada.

Em áreas expostas à aplicação de agrotóxicos cuja vulnerabilidade natural já aponta fragilidade, como aquelas localizadas na microbacia do Igarapé Cumaru onde os cultivos encontram-se em área de variação de nível do aquífero Pós-Barreiras, torna-se importante a identificação de produtos com maior prioridade de monitoramento local. A partir do conhecimento dos produtos utilizados no cultivo do maracujá-amarelo, podem-se estabelecer as relações existentes entre as quantidades e a frequência de uso, visando a avaliar os possíveis efeitos adversos na qualidade da água do aquífero.

Técnicas de simulação de sistemas vêm sendo utilizadas mundialmente para a avaliação da dinâmica de princípios ativos dos produtos aplicados, assim como no Brasil, em áreas de afloramento de aquíferos expostas aos cultivos agrícolas (PESSOA et al., 1997, 1998, 1999, 2003a, 2003b), tornando-se fortes aliadas na identificação do risco potencial à contaminação local.

Este capítulo apresenta uma avaliação, por simulação de sistemas, da dinâmica de agrotóxicos, aplicados em cultivos de maracujá-amarelo, no perfil vertical de três solos da microbacia do Igarapé Cumaru, a saber, Argissolo Amarelo distrófico típico textura média/argilosa, Argissolo Amarelo distrófico típico textura arenosa/média e Latossolo Amarelo distrófico típico textura média, com o intuito de identificar a tendência do potencial de contaminação de águas, por agrotóxicos, em função da variação do nível do aquífero Pós-Barreiras.

Material e métodos

Grande parte das informações utilizadas nessa avaliação, por simulação, foram obtidas no âmbito de quatro projetos de pesquisa, a saber:

a) Projeto Agrobacias Amazônicas – Bacias hidrográficas sob sistemas de produção agropecuária convencional e conservacionista na Amazônia: hidrologia, fluxos de nutrientes e carbono, e potencial de contaminação por agrotóxicos (Embrapa/SEG nº 02.02.5.32).

b) Água na Amazônia Oriental: relações entre uso da terra e conservação de recursos hídricos (MCT/CNPq/CT-Hidro – 502626/03-8).

c) Avaliação do impacto da atividade agrícola nos recursos hídricos em uma microbacia na Amazônia Oriental (MCT/CNPq/CT-Hidro – 505585/04-9).

d) Integração de abordagens do ambiente, uso da terra e dinâmica social na Amazônia: as relações homem-ambiente e o desafio da sustentabilidade (MCT/CNPq/Institutos do Milênio – 420199/05-5).

Área de estudo

A microbacia do Igarapé Cumaru está localizada entre as latitudes 1°10’40” e 1°16’6’’ SGr e as longitudes 47°31’34’’ e 47°35’15’’ WGr. Possui uma área de 4.121,50 ha a uma altitude de 65 m, no Município de Igarapé-Açu, a cerca de 100 km da cidade de Belém, capital do Estado do Pará.

Simulador utilizado

Para a avaliação da dinâmica dos princípios ativos – dos agrotóxicos mais utilizados no local – no perfil vertical do solo, foi utilizado o simulador Chemical Movement in Layered Soils (CMLS-94) (NOFZIGER; HORNSBY, 1994), versão 95.09.18. O simulador não permite a avaliação de efeitos de aplicações sucessivas do produto.

O período de simulação considerado foi de 1º de janeiro de 2003 a 31 de dezembro de 2005. Para efeito do resultado final, foram considerados os cenários obtidos nos três solos avaliados, considerado cada um dos cinco princípios ativos neles avaliados separadamente, resultando em cenários distintos avaliados.

Cultura do maracujá-amarelo – A cultura foi inserida na base de dados de cultura do simulador por meio da apresentação dos seus coeficientes culturais (Kc), apresentados na Tabela 1. Esses foram obtidos a partir de informações disponibilizadas por Corrêa (2004) e Silva (2005). Esse coeficiente é uma medida, adimensional, calculada entre a razão da evapotranspiração máxima da cultura e a evapotranspiração de referência. Para efeito das simulações realizadas foi considerada a data do plantio em 1º de janeiro de 2003 e a profundidade de raiz de 0,15 m.

Tabela 1. Coeficiente de cultura (Kc) do maracujá-amarelo.

Dia

Kc

70

0,40

130

0,58

150

0,80

270

1,18

320

0,78

Fonte: Corrêa (2004) e Silva (2005).

Solos – Os tipos de solos avaliados foram os Argissolo Amarelo distrófico típico textura média/argilosa, Argissolo Amarelo distrófico típico textura arenosa/média, e Latossolo Amarelo distrófico típico textura média. As características de cada tipo de solo foram obtidas pelo projeto Avaliação do impacto da atividade agrícola nos recursos hídricos em uma microbacia na Amazônia Oriental, financiado pelo CNPq no âmbito do Programa de fixação de recursos humanos/CT-Hidro, e encontram-se apresentadas na Tabela 2 (EMBRAPA, 2006). Essas informações foram inseridas na base de dados de solo do simulador, a partir da opção Soil, disponível em seu menu principal.

Tabela 2. Características dos tipos de solos utilizados nas simulações.

Profundidade do horizonte do solo (m)

Carbono orgânico
(%)

Densidade do solo

(g cm-3)

Capacidade de campo – umidade (%)

Ponto de murcha – umidade (%)

Saturação – umidade (%)

Argissolo Amarelo distrófico típico textura média/argilosa moderada

0,20

0,90

1,50

13,0

2,2

34,5

0,40

0,43

1,49

18,0

3,8

33,8

0,60

0,32

1,49

19,3

4,5

35,9

0,80

0,27

1,48

18,2

4,9

38,8

1,00

0,23

1,48

18,1

4,5

37,9

1,20

0,17

1,47

15,8

4,7

40,6

1,40

0,15

1,46

16,4

4,7

37,7

Argissolo Amarelo distrófico típico textura arenosa/média

0,20

0,65

1,46

10,9

1,4

35,7

0,40

0,44

1,46

14,4

2,6

31,2

0,60

0,38

1,46

15,9

3,8

33,0

0,80

0,28

1,46

14,8

4,0

33,4

1,00

0,24

1,45

14,3

4,0

41,4

1,20

0,23

1,45

14,2

4,1

40,0

1,40

0,23

1,45

15,0

4,1

38,4

Latossolo Amarelo distrófico típico textura média

0,20

0,68

1,47

10,6

2,0

48,9

0,40

0,45

1,45

11,0

3,3

39,1

0,60

0,35

1,40

10,1

3,4

41,1

0,80

0,24

1,38

9,9

3,4

40,1

1,00

0,26

1,37

8,7

3,7

39,4

1,20

0,25

1,36

9,8

3,2

36,2

1,40

0,19

1,35

10,3

3,2

39,2

Fonte: Projeto... (2006).

Dados meteorológicos – Dados médios diários de temperatura do ar, umidade relativa, velocidade do vento, precipitação pluviométrica e radiação solar líquida, correspondentes ao período de 2003 a 2005, foram obtidos por meio das estações climatológicas (automáticas e convencionais) da Embrapa Amazônia Oriental, localizadas na área de estudo. Temperaturas máxima, mínima e pluviosidade foram padronizadas diretamente em formato de dia juliano (período de 1º de janeiro de 2003 a 31 de dezembro de 2005), para atender as necessidades de entrada de dados exigida pelo simulador CMLS94, enquanto as demais informações necessárias foram estimadas conforme métodos descritos a seguir.

Estimativas da evapotranspiração potencial (ETo) e da evapotranspiração da cultura do maracujá-amarelo (ETc) – A ETo, em escala diária, foi estimada utilizando-se o método de Penman-Monteith (Padrão FAO), conforme apresentado por Smith (1991) e Pereira et al. (1997). Com os valores de ETo e coeficientes de cultura (Kc), foi estimada a ETc. Os valores de Kc foram obtidos a partir de informações disponibilizadas por Corrêa (2004) e Silva (2005).

Armazenamento de água nos solos – A capacidade máxima de armazenamento de água pelos solos (CAD) foi estimada empregando-se informações apresentadas na Tabela 2, considerando a profundidade efetiva do sistema radicular do maracujazeiro de 0,15 m.

Infiltração de água nos solos – Com os valores de ETc do maracujá-amarelo, de CAD e de precipitação pluviométrica, foram realizados Balanços Hídricos Sequenciais (BHS), em escala diária, conforme metodologia apresentada por Pereira et al. (1997), considerando o período de 1º de janeiro de 2003 (plantio da cultura) a 31 de dezembro de 2005. A infiltração de água nos solos foi obtida com os valores de excedentes hídricos obtidos nos BHS, correspondendo às quantidades de água que não puderam ser armazenadas nos solos e consumidas pela cultura do maracujá, contribuindo assim para a lixiviação e armazenamento do lençol freático.

Todas as informações obtidas pelas estimativas supracitadas foram padronizadas conforme especificado pelo manual do simulador CMLS-94, e dispostas em arquivo tipo texto em formato de dia juliano para o período simulado (1º de janeiro de 2003 a 31 de dezembro de 2005).

Agrotóxicos – Os produtos aplicados em maracujá-amarelo na microbacia do Igarapé Cumaru foram identificados em atividade de prospecção realizada por meio da aplicação de questionários aos agricultores familiares locais. Posteriormente, as características dos princípios ativos desses agrotóxicos, para efeito deste trabalho, foram levantadas em bases de dados internacionais e trabalhos nacionais, uma vez que os mesmos não se encontram determinados para os solos da região. Os princípios ativos considerados e suas respectivas características são apresentados na Tabela 3.

Tabela 3. Características dos agrotóxicos avaliados nas simulações.

Principio ativo

Classe toxicológica

% de uso na área

Dosagem (kg ha-1)

Koc

t½ solo (dias)

Fontes

2,4-D ácido

I

9,52

1,34

20

20

7

10

Extoxnet (2005)

OSU (2005)

Ware (1992)

Dimetoato

II

14,29

0,60

11

20

5

7

PAN Database (2005)

OSU (2005)

Ware (1992)

Carbendazim

III

4,76

0,38

400

120

OSU (2005)

Procloraz

I

4,76

0,60

500

120

OSU (2005)

Metamidofós

I

4,76

0,60

5

6

OSU (2005)

Ware (1992)

Resultados e discussão

Os resultados obtidos pelas simulações realizadas evidenciaram que:

2,4-D ácido – Este produto – ingrediente ativo (i.a.) – apresentou comportamento inicial semelhante em todos os solos avaliados, mantendo-se praticamente na superfície dos solos (profundidades próximas a 0,003 m e quantidades entre 2,0 x 10-1 kg ha-1 e 3,5 x 10-1 kg ha-1) até próximo aos 30 dias após a aplicação, quando se inicia a movimentação vertical e ultrapassa a zona de raiz da cultura em todos os solos em quantidades que variam de 7,4 x 10-2 kg ha-1 a 1,7 x 10-1 kg ha-1. Observou-se então uma movimentação maior no Argissolo Amarelo distrófico típico textura médio/argilosa (alcançando 0,22 m) que no Latossolo Amarelo distrófico típico e no Argissolo Amarelo distrófico típico textura arenosa/média (alcançando 0,16 m e 0,17 m, respectivamente). Aos 31 dias da aplicação o produto já se encontrava próximo a 0,35 m de profundidade (em quantidades variando entre 6,0 x 10-2 kg ha-1 e 1,5 x 10-1 kg ha-1) no Latossolo Amarelo distrófico típico e no Argissolo Amarelo distrófico típico textura arenosa/média, enquanto no Argissolo Amarelo distrófico típico textura médio/argilosa próximo a 0,26 m, na mesma faixa de variação de quantidades que a apresentada para os solos anteriores. Aos 48 dias da aplicação, 2,4-D ácido apresentou potencial de ser encontrado próximo a 2,2 m, em quantidades variando entre 4,7 x 10-2 kg ha-1 e 1,1 x 10-2 kg ha-1 nos argissolos estudados, enquanto no Latossolo Amarelo distrófico típico se iniciou um processo de descida mais acentuado, encontrando-se a 3,0 m, no mesmo intervalo de quantidades que os demais solos. A partir dos 72 dias da aplicação, o produto já poderia ser encontrado a 5,5 m no Latossolo Amarelo distrófico típico e próximo a 4,0 m nos argissolos, porém em quantidades na ordem de 10-4 kg ha-1 para todos os solos. A lixiviação manteve esse mesmo padrão até os 95 dias após a aplicação, quando o herbicida 2,4-D ácido apresentou potencial para ser encontrado por volta de 7,5 m no Latossolo Amarelo distrófico típico e em 5,5 m nos argissolos estudados, ainda em quantidades na ordem de 10-3 kg ha-1. Posteriormente, já não se justificaria mais monitoramentos locais em função da tendência das quantidades, ainda passíveis de estarem presentes.

Carbendazim – Até os 19 dias da aplicação, esse produto apresentou potencial de se manter na superfície dos solos estudados em quantidades de 3,6 x 10-1 kg ha-1, quando inicia lenta movimentação. Após um mês da aplicação, o carbendazim já apresentava potencial de movimentação mais acelerada no Latossolo Amarelo distrófico típico e no Argissolo Amarelo distrófico típico textura arenosa/média, quando comparada ao Argissolo Amarelo distrófico típico textura médio/argilosa, embora ainda mantendo-se em profundidades próximas à superfície (próximas a 0,025 m nos dois primeiros solos citados e de 0,016 m no terceiro). Ainda por volta dos 43 dias da aplicação, o carbendazim apresentou tendência de ser encontrado na profundidade próxima a 0,084 m em quantidades na ordem de 10-1 kg ha-1 em todos os solos. Próximo aos 51 dias após a aplicação, o produto ultrapassa a zona de raiz da cultura inicialmente nos Latossolo Amarelo distrófico típico e Argissolo Amarelo distrófico típico textura arenosa/média, em quantidade de 3,0 x 10-1 kg ha-1; no Argissolo Amarelo distrófico típico textura médio/argilosa, só a ultrapassa após 63 dias da aplicação (na quantidade de 2,8 x 10-1 kg ha-1). Aos dois meses da aplicação, o produto intensifica seu potencial de descida nos Argissolo Amarelo distrófico típico textura arenosa/média (0,18 m) e no Latossolo Amarelo distrófico típico (0,17 m), quando comparado ao outro argissolo estudado (0,12 m). Aos 63 dias após a aplicação, registra quantidades de 2,8 x 10-1 kg ha-1 para todos os solos, sendo que a maior profundidade foi encontrada em Latossolo Amarelo distrófico típico (0,21 m) e Argissolo Amarelo distrófico típico textura arenosa/média (0,22 m), seguido do Argissolo Amarelo distrófico típico textura médio/argilosa (0,15 m). Após um ano da aplicação, o carbendazim apresenta potencial para ser encontrado a 0,56 m em Latossolo Amarelo distrófico típico e Argissolo Amarelo distrófico típico textura arenosa/média e a 0,42 m em Argissolo Amarelo distrófico típico textura médio/argilosa, em quantidades próximas a 4,9 x 10-2 kg ha-1. Aos 241 dias apos a aplicação, carbendazim ainda apresenta potencial de estar presente em quantidades na ordem de 10-2 kg ha-1 em todos os solos, assim como de ser encontrado a 1,51 m no Latossolo Amarelo distrófico típico, a 1,4 m no Argissolo Amarelo distrófico típico textura arenosa/média e a 1,2 m no Argissolo Amarelo distrófico típico textura médio/argilosa. No segundo ano após a aplicação, o produto apresentou potencial para ser encontrado próximo aos 1,53 m em Latossolo Amarelo distrófico típico, 1,37 m em Argissolo Amarelo distrófico típico textura arenosa/média e a 1,22 m em Argissolo Amarelo distrófico típico textura média/argilosa; em quantidades de 6,4 x 10-3 kg ha-1 em todos os solos. Ao final do período simulado (31 de dezembro de 2005), mostra indicativo de que venha a atingir ao máximo 2,7 m de profundidade, porém com valores de 7,9 x 10-4 kg ha-1.

Procloraz – Permaneceu muito próximo à superfície (até 0,14 m) de todos os solos avaliados até 59 dias após a aplicação do produto, em quantidades de 4,3 x 10-1 kg ha-1. O produto apresentou variação quanto ao potencial de ultrapassar a zona de raiz da cultura, alcançando-a mais cedo no Argissolo Amarelo distrófico típico textura arenosa/média e no Latossolo Amarelo distrófico típico (aos 62 dias da aplicação do produto) que em Argissolo Amarelo distrófico típico textura médio/argilosa (aos 79 dias da aplicação). Após um ano do inicio da simulação, o produto ainda apresentou tendência de ser encontrado em profundidade próxima a 1 m em todos os solos avaliados, em quantidades ainda significativas (7,2 x 10-2 kg ha-1). Após dois anos da aplicação do produto procloraz, o mesmo ainda foi encontrado na quantidade de 9,6 x 10-3 kg ha-1 em profundidade próxima a 1 m em todos os solos avaliados. Ao final do período simulado, o procloraz apresentou potencial para ser encontrado a 2 m de profundidade no Latossolo Amarelo distrófico típico e próximo a 1,75 m nos argissolos estudados, na quantidade de 1,2 x 10-3 kg ha-1.

Metamidofós – Apresenta potencial de se manter extremamente próximo à superfície do solo até 19 dias após a aplicação (0,006 m em quantidades de 6,7 x 10-2 kg ha-1). Apesar de iniciar movimentação, ainda se mantém próximo à superfície até os 27 dias da aplicação em quantidades de 2,7 x 10-2 kg ha-1. O metamidofós ultrapassa a zona de raiz da cultura após 29 dias da aplicação, quando apresentou potencial de ser encontrado em profundidade ligeiramente maior no Latossolo Amarelo distrófico típico (0,32 m) que nos demais solos, a saber, no Argissolo Amarelo distrófico típico textura arenosa/média a 0,30 m e no Argissolo Amarelo distrófico típico textura médio/argilosa a 0,24 m; em quantidades na ordem de 10-2 kg ha-1. Aos 31 dias da aplicação, o produto intensifica a movimentação em Latossolo Amarelo distrófico típico (0,71 m) e em Argissolo Amarelo distrófico típico textura arenosa/média (0,56 m), quando comparada à movimentação do Argissolo Amarelo distrófico típico textura médio/argilosa (0,47 m). Aos 35 dias após a aplicação, o metamidofós já pode ser encontrado a 1,70 m no Latossolo Amarelo distrófico típico e a 1,25 m em Argissolo Amarelo distrófico típico textura arenosa/média, enquanto a 1,03 m no Argissolo Amarelo distrófico típico textura média/argilosa; em todos os casos, as quantidades estavam na ordem de 10-2 kg ha-1. Aos 48 dias da aplicação do produto, já é encontrado a 4,45 m em quantidade de 2,3 x 10-3 kg ha-1 no Latossolo Amarelo distrófico típico, e nas profundidades de 3,2 m de profundidade no Argissolo Amarelo distrófico típico textura arenosa/média e 2,9 m no Argissolo Amarelo distrófico típico textura média/argilosa. Ainda aos 53 dias da aplicação do metamidofós, o produto apresentou potencial de ser encontrado a 5,31 m em quantidade na ordem de 1,3 x 10-3 kg ha-1 no Latossolo Amarelo distrófico típico enquanto essa mesma quantidade foi encontrada a 3,76 m de profundidade no Argissolo Amarelo distrófico típico textura arenosa/média e a 3,42 m no Argissolo Amarelo distrófico típico textura média/argilosa. Aos 59 dias da aplicação, o metamidofós já pode ser encontrado a 6,0 m de profundidade no latossolo, 4,2 m no Argissolo Amarelo distrófico típico textura arenosa/média e aos 3,9 m no Argissolo Amarelo distrófico típico textura média/argilosa, todos em quantidades na ordem de 10-4 kg ha-1. Aos 75 dias da aplicação, o produto já pode ser encontrado a 8,3 m de profundidade no latossolo, a 5,8 m no argissolo textura arenosa/média e a 5,4 m no argissolo médio/argiloso em quantidades ainda na ordem de grandeza de 10-4 kg ha-1. Posteriormente, apesar de o simulador indicar lixiviação acentuada do produto, as quantidades remanescentes já não justificariam monitoramentos locais.

Dimetoato – Apresentou potencial mais acentuado de lixiviação no Latossolo Amarelo distrófico típico quando comparado com aqueles dos demais solos em discussão. Até os 19 dias da aplicação, o dimetoato apresentou comportamento semelhante nos três solos avaliados, permanecendo na superfície do solo (de 0,001 m a 0,004 m em quantidades de 9,0 x 10-2 kg ha-1 a 4,0 x 10-2 kg ha-1). O produto mostra potencial para ultrapassar a zona de raiz da cultura próximo aos 28 dias após a aplicação, em quantidades na ordem de 10-2 kg ha-1 em todos os solos em profundidades próximas, a saber, entre 0,17 m a 0,23 m no Argissolo Amarelo distrófico típico textura arenosa/média, entre 0,16 m a 0,23 m no Latossolo Amarelo distrófico típico e entre 0,18 m a 0,22 m no Argissolo Amarelo distrófico típico textura médio/argilosa. Entretanto, aos 31 dias da aplicação do produto, a movimentação vertical já se mostra mais diferenciada, onde no Latossolo Amarelo distrófico típico ela permanece entre 0,35 m a 0,52 m, no Argissolo Amarelo distrófico típico textura arenosa/média, entre 0,34 m a 0,45 m, e no Argissolo Amarelo distrófico típico textura médio/argilosa, entre 0,26 m a 0,37 m, com valores de quantidades variando na ordem de 10-3 kg ha-1 a 10-2 kg ha-1. Aos 45 dias da aplicação, a lixiviação no Latossolo Amarelo distrófico típico se intensifica (potencial para alcançar 3 m a 4 m em quantidades do produto na ordem de 10-3 kg ha-1), enquanto nos argissolos se mantêm muito próximas (entre 2 m e 2,5 m de profundidade para ambos em quantidades na ordem de 10-3 kg ha-1). Aos dois meses da aplicação, o dimetoato tem potencial para ser encontrado entre 4 m e 4,5 m no Latossolo Amarelo distrófico típico estudado, ainda em quantidade na ordem de 10-3 kg ha-1, enquanto nos argissolos entre 3 m e 4 m de profundidades, em quantidades na mesma ordem do latossolo (variando de 10-4 kg ha-1 a 10-3 kg ha-1). A partir dos 67 dias da aplicação do produto, não apresenta mais quantidades significativas para análises.

A partir dos resultados supracitados, pode-se afirmar que, de forma comparativa entre os três solos avaliados, observou-se em Latossolo Amarelo distrófico típico a maior tendência de movimentação vertical (lixiviação) de todos os produtos. Entretanto, foram encontrados nos primeiros meses, após a aplicação dos produtos, resultados equivalentes em Argissolo Amarelo distrófico típico textura arenosa/média. Explica-se esse comportamento em função da semelhança entre esses dois solos, reforçada por particularidades de suas características, tais como densidade aparente, carbono orgânico e capacidade de campo (Tabela 2), que ocasionam comportamento similar na dinâmica de água e solutos nesses solos; provavelmente semelhantes também na relação de macroporos/microporos.

É importante também considerar a influência dos meses mais chuvosos na área de estudo (Tabela 4).

Tabela 4. Precipitações pluviométricas mensais (em mm) registradas na área de estudo.

Meses

2002

2003

2004

2005

2006

Média mensal

Desvio-padrão da média mensal

Janeiro

425,4

237,8

331,4

153,6

260,3

281,7

91,6

Fevereiro

201,9

517,6

437,4

287,8

221,3

333,2

123,8

Março

347,4

543,2

443,4

406,0

527,7

453,5

73,7

Abril

327,8

501,4

476,0

427,6

300,0

406,6

79,8

Maio

333,8

287,2

240,2

359,4

402,4

324,6

56,3

Junho

261,2

123,2

248,6

152,8

154,2

188,0

55,9

Julho

178,8

158,0

228,6

193,6

128,0

177,4

33,8

Agosto

109,0

71,4

198,2

117,2

116,7

122,5

41,4

Setembro

35,2

108,2

135,8

25,6

73,5

75,7

42,0

Outubro

10,2

14,2

50,0

37,2

23,8

27,1

14,8

Novembro

9,0

1,2

11,2

7,8

100,6

26,0

37,5

Dezembro

101,0

97,6

56,7

196,8

12,2

92,9

61,2

Total anual

2.340,7

2.661,0

2.857,5

2.365,4

2.320,7

Fonte: dados modificados de dados disponibilizados pelo Laboratório de Climatologia da Embrapa Amazônia Oriental.

De fevereiro a maio as chuvas são muito abundantes, em geral ultrapassando valores mensais de 300 mm, favorecendo consequentemente uma maior lixiviação após a aplicação dos produtos e a ocorrência do nível freático mais superficial (a saber, de 1,24 m a 3,52 m).

Fundamentando-se nos produtos aplicados, assim como nas suas respectivas classes toxicológicas, porcentagens de uso na área estudada e mobilidade inicial observada, bem como na influência dos meses mais chuvosos, conclui-se que se justifica a realização de monitoramentos de água e solo local para todos os produtos aplicados, desde que realizados desde a aplicação até no máximo 2 meses após a aplicação dos produtos (exceto para o dimetoato, que deve ser monitorado até no máximo 1 mês após a aplicação – de classe toxicológica II e o de maior uso na região), dado o potencial de quantidades remanescentes ainda observadas especificamente nesse período com potencial de contaminação de água superficial por carreamento de solo via escoamento superficial. Grande atenção deve ser direcionada para o monitoramento local de água e solo para análise de resíduos laboratoriais de procloraz (classe toxicológica I) e carbendazim (classe toxicológica III) durante pelo menos 2 anos consecutivos após a aplicação dos produtos, uma vez que apresentaram potencial de permanecerem na superfície do solo com grande persistência.

Para avaliações de potenciais contaminações de lençóis subsuperficiais por lixiviação, recomenda-se atenção ao 2,4-D ácido (classe toxicológica I) até 2 meses após sua aplicação, em função do potencial de atingir no máximo 3 m de profundidade, e à metamidofós (classe toxicológica I), principalmente no Latossolo, até 35 dias após a aplicação, em função do potencial para atingir no máximo 2 m.

Nenhum dos produtos nos solos estudados apresentou potencial para contaminação de lençol profundo.

Apesar de Benato et al. (2002) apontarem a eficiência de procloraz como fungicida no controle de podridão pós-colheita do maracujá-amarelo, e de Lima et al. (2002) apontarem a possibilidade de uso de herbicidas pré-emergentes como o diurom, o bromacil e o DCPA no cultivo de maracujá, e de oxifluorfem, alaclor e atrazina + metolaclor em suas mudas, entre outros produtos também apresentados por Silva e Rabelo (2001) citado por Lima et al. (2002), assim como o uso de indutores químicos acibenzolar-S-metil (ASM), jasmonato metílico (JM) e ácido DL-beta-amino-n-butírico (BABA) no controle da antracnose em maracujá-amarelo apontado por Almeida e Coelho (2006), há que se atentar para a necessidade de uso de produtos registrados para o cultivo comercial. Conforme informações de indicações de uso de produtos para cultivos obtidas nos Sistema de Informações sobre agrotóxicos (SIA) citados nos sites da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)1, e do Agrofit2 do Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária (Mapa), a cultura do maracujá possui os seguintes produtos indicados para uso: Bacillus thuringiensis, casugamicina, clorfenapir, cloridrato de cartape, difenoconazol, estreptomicina, fentiona, hidróxido de cobre, oxicloreto de cobre, oxitetraciclina, sulfato de cobre, tebuconazol, tiabendazol, trifloxistrobina e óxido cuproso. No Paraná, a restrição de uso é apontada pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab-Agrotóxicos)3, onde para a cultura do maracujá são liberados somente alguns poucos produtos sem restrição e com restrição de uso à base de cloridrato de oxitetraciclina + sulfato de estreptomicina, difenoconazole, fentiona e Bacillus thuringiensis.

A pouca quantidade de opções de produtos liberados para o uso em cultivos comerciais no País certamente reforça o salientado por especialistas em estudo realizado para refletir circunstâncias nacionais e prioridades de desenvolvimento em códigos nacionais de boas práticas agrícolas4, quando apontam a inexistência total ou parcial de registros para uso de defensivos agrícolas em pequenos cultivos, sendo este o fator de maior entrave para a certificação de produtos como: caqui, figo, goiaba, banana, abacaxi, morango, maracujá, pêssego, dentre vários outros e estimula a prática de uso de produtos não autorizados. Os mesmos autores salientam que está em andamento pelo Mapa uma normativa para pequenas culturas5 ou minor crops, termo este que, segundo Schreiber (2010), refere-se a cultivos produzidos em menos de 300.000 acres ou a cultivos maiores (crescendo em mais de 300.000 acres) nos quais o padrão de uso de agrotóxicos é tão limitado que os rendimentos decorrentes das vendas esperadas serão menores que o custo de registro do agrotóxico. Ressalta-se, também, a existência da Instrução Normativa/SDC nº 003, de 15 de março de 2005, do Mapa, que apresenta considerações sobre aspectos de boas práticas agrícolas voltados à produção integrada de maracujá no Brasil.

Assim, deve ser mais bem investigado junto aos produtores na área de estudo o motivo da utilização de produtos não autorizados no cultivo de maracujá, como também fomentada a adoção de boas práticas concomitantemente às ações de educação ambiental. A priori, sabe-se que os pequenos agricultores da região adotam o uso do produto que o agricultor vizinho aplica ou que o ponto comercial local recomenda para utilização. Além disso, as aplicações não são realizadas com critérios técnicos para proteção do aplicador e eficiência da aplicação, ocorrendo por vezes um maior número de aplicações que o necessário (AMARAL, 2001). Trata-se da realidade local, que necessita de atenção pelos órgãos competentes. Há de se registrar, contudo, que essa prática de uso de produtos de forma indevida para algumas culturas é uma realidade nacional, conforme apontado por nota técnica dos resultados do programa de análise de resíduos de agrotóxicos em alimentos (Para) (ANVISA, 2008), que só poderá ser minimizada no contexto da adoção de boas práticas agrícolas (BPA) e de educação ambiental.

Ao exposto, acrescentam-se, a seguir, algumas considerações quanto aos produtos priorizados.

O fungicida procloraz é do grupo químico imidazolilcarboxiamida e apresenta classe toxicológica I – extremamente tóxica. Segundo a Anvisa (2009d), procloraz é recomendado para aplicação foliar em cebola, cenoura, cevada, melancia, rosa, tomate e trigo, assim como para aplicação na pós-colheita em manga e mamão.

O monitoramento do produto em ambiente brasileiro tem observado a presença de resíduos desse agrotóxico também em alimentos (COSTA et al., 2001; RISSATO; GALHIANE, 2006), o que tem motivado a determinação de métodos analíticos. Navickiene (2003) apresentou métodos analíticos para a determinação de resíduos do produto, enquanto Rissato e Galhiane (2006) apresentaram um método multirresíduo para detectar e quantificar agrotóxicos por extração clean-up. Não foram encontrados relatos resultantes de monitoramentos locais de água no ambiente brasileiro. Os resultados encontrados, entretanto, reforçam essa investigação para o período sinalizado.

O carbendazim ou carbamato de metil 2-benzimidazol (MBC) é um metabólito do fungicida benomil que, conforme Coutinho et al. (2006), é rapidamente convertido de benomil em solo e água com tempo de meia-vida de 2 a 19 horas. Pertence ao grupo químico benzimidazole e apresenta classe toxicológica III – medianamente tóxica. Apresenta translocação sistêmica e potencial tóxico para comunidade aquática e minhocas, conforme exposto por Coutinho et al. (2006). Os mesmos autores também reportaram que os resíduos de carbendazim são fortemente ligados ou incorporados à matéria orgânica do solo e, em virtude do seu uso intensivo, o produto tornou-se um poluente muito persistente no solo e na água, motivo pelo qual os resultados obtidos pelo presente trabalho são ainda mais reforçados no sentido de monitoramentos locais de água nos períodos salientados. Monteiro et al. (2007) relata que carbendazim apresenta boa absorção na região ultravioleta e a sua determinação por HPLC [cromatografia líquida de alta eficiência] é recomendada. Segundo a Anvisa (2009b), o carbendazim é autorizado para aplicações em sementes de algodão, arroz, feijão, milho e soja, assim como para aplicação foliar em algodão, citros, feijão, soja e trigo.

O herbicida 2,4-D apresenta classe toxicológica I – extremamente tóxico. Apesar da baixa persistência e mobilidade no solo, como evidenciadas para o herbicida 2,4-D, esse produto vem sendo encontrado em águas subterrâneas e em águas superficiais em alguns países da América do Norte6. Trabalhos desenvolvidos no Brasil vêm acompanhando a dinâmica do produto. Cerdeira et al. (2002b) apresentaram resultados obtidos para avaliação da dinâmica de 2,4-D em Latossolo Roxo e Latossolo Vermelho-Escuro utilizando simulação CMLS-94, na área de Ribeirão Preto, SP, onde, ao final do segundo ano simulado a lixiviação do produto, apresentava potencial para atingir profundidade de 60 cm, embora evidenciadas quantidades do produto em valores próximos ao zero absoluto. Os mesmos autores também apresentaram considerações relativas ao uso de métodos analíticos e protocolos, bem como análises de resíduos por HPLC, que, ao serem aplicadas às amostras coletadas de águas superficiais e subterrâneas (poços) da área investigada, não observaram presença de resíduo de 2,4-D. Cerdeira et al. (2005) também apresentaram resultados obtidos por simulação de 2,4-D, que indicaram que o produto possui baixa persistência nos solos simulados, bem como baixo potencial de lixiviação, permanecendo, ao final de três anos simulados, em profundidades inferiores a 1 m e em quantidades já muito próximas a zero absoluto. Os resultados obtidos também são consistentes com aqueles obtidos nesse trabalho. Segundo a Anvisa (2009a), o 2,4,D é autorizado para aplicações em pré e pós-emergência das plantas infestantes nas culturas de arroz, aveia, café, cana-de-açúcar, centeio, cevada, milho, pastagens, soja, sorgo e trigo.

O inseticida acaricida metamidofós é um organofosforado de classe toxicológica I. Segundo a Anvisa (2009c), o metamidofós é recomendado para aplicação foliar em algodão, amendoim, batata, feijão, soja, tomate rasteiro (industrial) e trigo. Sob condições apropriadas de uso, apesar de apresentar potencial para lixiviar no solo, o produto é rapidamente degradado para produtos não tóxicos ao ambiente e, portanto, também é considerado não persistente, embora tóxico para invertebrados aquáticos, peixes, abelhas, pássaros e mamíferos selvagens. Segundo Lima et al. (2001), o metamidofós foi introduzido no Brasil nos anos 1980 e seu uso na agricultura aumentou significativamente a partir da década de 1990, quando passou a ser aplicado em diferentes culturas vegetais. Esses autores também relataram os principais resultados do seu uso indiscriminado para a saúde humana em geral. Entre esses, citam-se envenenamento por inalação, intoxicações por contato e inibição da enzima acetilcolinesterase (e, em decorrência, do bom funcionamento do sistema nervoso), entre outros. Lima et al. (2003) apresentaram considerações quanto à aplicação de metamidofós em soja.

Acrescenta-se que a ferramenta computacional utilizada não foi desenvolvida de forma a permitir a avaliação do potencial do efeito acumulado de reaplicações sucessivas, motivo pela qual a mesma não foi investigada.

Conclusões

Considerando os resultados obtidos pelas simulações realizadas, as classes toxicológicas, as porcentagens de uso dos produtos na área e os fatores climáticos locais, evidenciou-se a necessidade de monitoramentos locais de água e solo para todos os produtos até dois meses da aplicação, para fins de contaminação de água superficial. Se a priorização de produtos for necessária, deve-se dar atenção ao procloraz e ao carbendazim, frente à persistência dos produtos por até dois anos após as aplicações, e por permanecerem em profundidades bem menores que os demais produtos considerados nesse período.

Para avaliações de potenciais contaminações de lençóis subsuperficiais por lixiviação, prioriza-se dar atenção ao 2,4-D ácido até 2 meses após sua aplicação, em função do potencial de atingir no máximo 3 m de profundidade, e ao metamidofós, principalmente até 35 dias após a aplicação, em função do potencial para atingir no máximo 2 m.

Todos os produtos (i.a.) apresentaram maior movimentação vertical em Latossolo Amarelo distrófico típico, embora, nos primeiros meses após a aplicação, a movimentação vertical (lixiviação) tenha sido semelhante àquela encontrada para Argissolo Amarelo distrófico típico textura arenosa/média.

Nenhum dos produtos, nos solos estudados, apresentou potencial para contaminação de lençol subterrâneo profundo.

Referências

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