CAPÍTULO 11
MANEJO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS EM ÁREAS DE AFLORAMENTO DO AQUÍFERO GUARANI
SUBSÍDIO À GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS
Marco Antonio Ferreira Gomes
Introdução
A bacia hidrográfica é compreendida como uma área ou porção de área definida topograficamente, delimitada pelos divisores de águas (linhas que unem os pontos de cotas mais elevadas), drenada por um curso d’água ou por um sistema interligado de cursos d’água, cuja vazão efluente é direcionada para uma única saída.
De maneira sustentável, seu manejo passa necessariamente pela adoção de procedimentos que atendam aos requisitos de educação, conscientização, proteção, conservação e adoção de práticas ou técnicas de baixo ou quase nulo impacto ambiental negativo, ou seja, que gere o mínimo de passivo no meio ambiente.
No contexto dessas práticas, está a agricultura, considerada a atividade que mais consome água entre as demais, motivo pelo qual exerce grande pressão sobre a bacia hidrográfica e suas subdivisões (sub-bacias e microbacias). Assim, o setor agrícola deve assumir o papel de maior interessado na conservação dos recursos hídricos.
O desafio está em aliar produtividade com sustentabilidade das bacias hidrográficas, visando não apenas conservar os recursos naturais nelas existentes, mas também proporcionar o aumento da disponibilidade de água para as gerações atual e futura.
Assim, torna-se imprescindível o manejo de bacias hidrográficas fundamentado nas técnicas ambientalmente mais equilibradas, a exemplo das Boas Práticas Agrícolas (BPAs), preconizadas pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e adotadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Diante do exposto, o presente trabalho apresenta uma proposta de manejo de bacias hidrográficas, tendo por base os resultados de pesquisas obtidos em duas áreas denominadas de microbacia do Córrego do Espraiado, na região de Ribeirão Preto, SP, dentro do Domínio Pedomorfoagroclimático do Planalto Médio Paulista, e nascentes do rio Araguaia, numa
sub-bacia no Domínio das Nascentes ou Depressão do Araguaia, envolvendo parte dos de Goiás e de Mato Grosso (GOMES et al., 2002, 2006, 2008a).
Essas duas áreas encontram-se em porções de afloramento do aquífero Guarani, consideradas de alta vulnerabilidade natural, motivo pelo qual foram estudadas e que servem de modelo na avaliação de áreas semelhantes e de importância estratégica para a recarga de sistemas aquíferos, a exemplo do supracitado aquífero.
Caracterização das áreas de estudo
A primeira área refere-se à microbacia do Córrego do Espraiado, com cerca de 4.141 ha, localizada em parte dos municípios de Ribeirão Preto, SP, e de Cravinhos, SP, mais precisamente entre as coordenadas 21º05’ e 21º20’ de latitude Sul e 47º40’ e 47°50’ de longitude Oeste Gr. A altitude média é de 600 m e o relevo dominante é do tipo suave ondulado (EMBRAPA, 1999a).
O solo é predominantemente constituído por Latossolo Vermelho eutroférrico e distroférrico, classificados pelo sistema brasileiro mais antigo, como Latossolo Roxo dos tipos eutrófico e distrófico, em proporções semelhantes (MIKLÓS; GOMES, 1996).
Na porção mais jusante da área, onde ocorre a recarga direta do aquífero Guarani, predominam solos arenosos do tipo Latossolo Vermelho distrófico psamítico e Neossolo Quartzarênico (EMBRAPA, 1999b).
A vegetação original era constituída por Floresta Tropical a Subtropical Subcaducifólia. A geologia é constituída por dois litotipos distintos, sendo o primeiro de rochas basálticas da Formação Serra Geral na parte média e superior (montante) e arenitos da Formação Botucatu a jusante até a foz.
O clima regional é do tipo tropical de inverno seco de Savana (AW) segundo Köeppen. A temperatura média anual oscila entre 21 °C e 22 ºC. A precipitação anual varia entre 1.300 mm e 1.500 mm. Em relação à hidrogeologia regional, destaca-se o aquífero Guarani, com área de afloramento ou recarga direta de cerca de 16.000 km2.
A segunda área, denominada de nascentes do rio Araguaia, está localizada na região Centro-Oeste do Brasil, na porção Noroeste da Bacia Sedimentar do Paraná, sob as coordenadas 17º50’00” e 18º05’00” de latitude Sul e 52º50’00” e 53º15’00” de longitude Oeste.
Grande parte da área está sobre rochas sedimentares das Formações Botucatu e Piramboia, SP, além de derrames de basalto da Formação Serra Geral, pertencentes ao Grupo São Bento. Envolve uma área de aproximadamente 50.000 ha (EMBRAPA, 2008), considerando apenas a porção que se encontra sobre as Formações Botucatu e Piramboia.
A Formação Botucatu, de origem eólica e de idade jurássica, é constituída por arenitos avermelhados, finos a médios, quartzosos e friáveis. Sotoposta a esta e em contato concordante, existem os arenitos esbranquiçados, amarelos e avermelhados da Formação Piramboia de idade triássica (Schobbenhaus et al., 1984).
Os solos desenvolvidos diretamente a partir dessas duas formações são tipicamente arenosos, classificados como Neossolos Quartzarênicos. Existem também Latossolos Vermelhos (EMBRAPA, 1999a) de textura média (20% a 30% de argila).
Ambos são friáveis a muito friáveis (EMBRAPA, 2001). O relevo das nascentes do rio Araguaia é diversificado, constituído por planaltos e chapadas, com altitude média de 850 m, com escarpas retilíneas entalhando o Latossolo Vermelho argiloso.
Nas áreas mais acometidas pelos processos erosivos, a altitude está em torno de 750 m e o relevo é do tipo suave ondulado a ondulado, com declividade média em torno de 6%, resultante da dissecação ocorrida sobre os arenitos da Formação Botucatu (PROJETO RADAMBRASIL, 1983).
Na área de pesquisa, o clima atuante pode ser classificado como tropical úmido, com estação seca de 3 a 4 meses. Os totais pluviométricos da região oscilam entre 1.200 mm e 2.000 mm no Posto Meteorológico Mosteiro dos Beneditinos, na cidade de Mineiros, GO, e de 1.600 mm a 3.100 mm, no Posto Meteorológico da Fazenda Graúna, Município de Alto Taquari, MT.
Essa variação pluviométrica está ligada à posição dos postos meteorológicos em relação ao relevo de planaltos e chapadas. O clima da área tem como principal característica o contraste entre a estação chuvosa, de outubro a março, e a estação seca, de maio a agosto.
Os dados pluviométricos da região mostram que, nos períodos chuvosos, normalmente a pluviosidade ultrapassa 1000 mm, sendo que o período de dezembro a fevereiro concentra 70% do total das chuvas. A temperatura média anual está em torno dos 20 oC, as mínimas raramente são menores que 15 oC, enquanto as máximas ultrapassam facilmente os 25 oC.
Levantamentos de campo
Microbacia do Córrego do Espraiado
Cobertura vegetal original
A cobertura vegetal original era composta por mata tropical a subtropical subcaducifólia, sob o domínio dos biomas Mata Atlântica e Cerrado, encraves de Cerrado e ecótonos, áreas de contato principalmente entre a Savana e a Floresta Estacional Semidecidual (IBGE, 1991).
Uso atual
A atividade agrícola na microbacia do Córrego do Espraiado, SP, com o cultivo de cana-de-açúcar, remonta à década de 1970, quando então teve início a expansão da atividade sucroalcoleira no País.
No entanto, só a partir da década de 1990, houve alguma preocupação em se conhecer melhor as características dessas áreas no Estado de São Paulo e, em particular, aquelas que exibiam certa fragilidade, principalmente em relação aos riscos de contaminação do lençol freático.
Assim, Carrieri e Bastos Filho (1994) conduziram estudos na microbacia do Córrego do Espraiado, em Ribeirão Preto, SP, por meio dos quais fizeram um diagnóstico e descrição dos sistemas de produção então vigentes.
Foi formulada uma análise do questionário do Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas (PEMH), desenvolvido pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) e pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), para auxiliar na elaboração de um plano diretor da microbacia, a partir do qual foram levantadas as informações mostradas na Tabela 1.
Tabela 1. Relação das propriedades, área total e principais explorações da microbacia do Córrego do Espraiado, em Ribeirão Preto, SP.
Fazenda |
Área (ha) |
Atividade |
Figueirinha |
480 |
Cana, pasto, café e milho |
Santa Terezinha I |
72 |
Pasto e cana |
Haras Ribeirão |
17 |
Pasto |
Painal |
168 |
Pasto e cana |
Figueira do Arante |
246 |
Pasto, cana e milho |
Haras Las Vegas |
91,9 |
Pasto e cana |
Santa Terezinha II |
16,9 |
Cana, milho e confinamento |
Painal |
229,9 |
Cana |
São Joaquim |
242 |
Cana |
Usina Santa Maria (7 UPs) |
2.566,1 |
Cana, irrigação e confinamento |
Área total |
4.130,8 |
|
UPs – Unidades de produção. Fonte: Carrieri e Bastos Filho (1994) e Embrapa (1999a). |
A partir de 1998, com a atualização dessas informações, com os primeiros trabalhos conduzidos nessa microbacia, pela Embrapa Meio Ambiente, e concluídos no primeiro semestre de 2006, a nova configuração de uso agrícola, por propriedade rural, ficou definida conforme mostra a Tabela 2.
Tabela 2. Relação das propriedades, área total e principais explorações da microbacia do Córrego do Espraiado, em Ribeirão Preto, SP, em 2006.
Fazenda |
Área (ha) |
Atividade |
Figueirinha |
450 |
Cana |
30 |
Pasto |
|
Santa Terezinha I |
72 |
Cana |
Santa Terezinha II |
16,9 |
Confinamento |
Haras Ribeirão |
17 |
Pasto |
Santa Helena (antiga Painal) |
168 |
Cana e confinamento |
Val Paraíso (antiga Figueira do Arante) |
246 |
Cana |
Haras Las Vegas |
71,9 |
Cana |
20,0 |
Pasto |
|
Carbisa (antiga Painal) |
229,9 |
Cana |
São Joaquim |
242 |
Cana |
Usina Santa Maria (7 UPs) |
2.566,1 |
Cana, irrigação e confinamento |
Área total |
4.130,8 |
|
UPs – Unidade de produção. Fonte: Embrapa (2006). |
Nesse período, observou-se um aumento da atividade de cana-de-açúcar sobre as demais, tornando o ambiente mais exposto ao desequilíbrio sob o ponto de vista ambiental, já que se configura uma característica de predomínio do sistema de monocultivo.
Geologia
A geologia da área é constituída por dois litotipos distintos:
• Rochas basálticas da Formação Serra Geral, presentes nas bordas e nos locais mais elevados.
• Rochas areníticas da Formação Botucatu, nas partes mais baixas ou sotopostas à Formação Serra Geral, ocupando respectivamente 70% e 30% da superfície do terreno (IPT, 1994).
Abaixo dessas camadas de solo, ocorre a Formação Botucatu, a qual constitui o aquífero Guarani e, pela natureza arenosa dos solos, existe uma conexão hidráulica entre a superfície do terreno, as camadas do solo e o referido aquífero.
Solos
Os solos representativos das áreas de recarga, incluindo aqueles circunvizinhos, são constituídos, dominantemente, por Latossolo Vermelho eutroférrico (LVef) e Latossolo Vermelho distroférrico (LVdf), classificados pelo sistema brasileiro mais antigo, como Latossolos Roxos dos tipos eutrófico e distrófico, em proporções semelhantes (MIKLÓS; GOMES, 1996).
Estudos conduzidos por Gomes et al., (2002), promoveram a caracterização da vulnerabilidade natural das áreas de recarga, a partir dos tipos de solos existentes; nessa caracterização, ficou evidente que os solos mais arenosos são mais vulneráveis, com destaque para os Neossolos Quartzarênicos distróficos (RQd) e álico (RQa); e Latossolos Vermelhos distróficos (LVd) e álico (LVa), ambos de textura média.
Relevo
O relevo apresenta predomínio nas classes de declividade de 3% a 8% (relevo suave ondulado). Nas fotografias aéreas, na escala 1: 25.000, identificou-se, nos canaviais, a predominância de áreas com terraços e o cultivo em nível destinado ao controle da erosão.
Nota: não foi observado qualquer sinal de erosão linear, além de sinais de assoreamento dos cursos d’água, em especial na microbacia do Córrego do Espraiado, em Ribeirão Preto, SP, uma das áreas piloto.
A partir dos dados do CPRM (Serviço Geológico do Brasil) de poços do aquífero Guarani, na área do projeto, foi possível, usando-se o software Surfer 8, construir um gráfico com a altitude da área e outro com o nível estático do aquífero, para o cotejo entre a topografia externa e a topografia do já citado aquífero Guarani.
Vulnerabilidade natural
A suscetibilidade da área de recarga à infiltração de solutos é elevada, considerando que o predomínio de solos arenosos constitui-se em fator determinante dessa condição. Estudos de condutividade hidráulica, conduzidos por Gomes et al. (1996, 2002), revelaram valores elevados para os dois solos representativos das áreas de recarga.
A condição de vulnerabilidade natural é traduzida pela combinação de vários parâmetros de solo, como granulometria, profundidade do lençol freático e taxa de infiltração de água/condutividade hidráulica do solo.
Essas informações permitiram concluir que a condição de potencial de infiltração de água no solo, classificado como alto, indica uma condição ambiental de vulnerabilidade alta frente a uma carga contaminante, o que pode ser indicativo de um cenário favorável à contaminação do lençol freático.
Para a condição de potencial de escoamento alto/médio, a vulnerabilidade do lençol freático passa a ser baixa, uma vez que o contaminante tende a se escoar superficialmente, tornando o solo e o lençol freático menos expostos à condição de contaminação (GOMES et al., 2008b).
Aptidão agrícola
A avaliação da aptidão agrícola das terras foi feita com base no sistema proposto por Ramalho Filho e Beek (1995), considerando o sistema de produção agrícola intensivo predominante na microbacia, ajustado para a vulnerabilidade das áreas de recarga do aquífero e a metodologia de emprego de Sistema de Informação Geográfica (SIG) proposta por Lopes-Assad et al. (1998).
Foi adotada a simbologia correspondente às classes de aptidão agrícola das terras (boa, regular, restrita e inapta) em relação aos tipos de uso (lavoura, pastagem plantada, silvicultura e pastagem natural) nos níveis de manejo A, B e C, conforme mostra a Tabela 3.
Tabela 3. Simbologia correspondente às classes de aptidão agrícola das terras.
Classe de aptidão agrícola |
Tipo de uso |
|||||
Lavoura |
Pastagem plantada |
Silvicultura |
Pastagem natural |
|||
Nível de manejo |
Nível de manejo B |
Nível de manejo B |
Nível de manejo A |
|||
A |
B |
C |
||||
Boa |
A |
B |
C |
P |
S |
N |
Regular |
A |
B |
C |
P |
S |
N |
Restrita |
(a) |
(b) |
(c) |
(p) |
(s) |
(n) |
Inapta |
– |
– |
– |
– |
– |
– |
Fonte: Ramalho Filho e Beek (1995). |
Assim, com a adoção dos grupos de aptidão agrícola (1, 2, 3, 4, 5 e 6), a classificação da aptidão dos solos foi definida conforme consta na descrição mostrada na Tabela 4, pela relação que estabelece com as classes de solos.
Tabela 4. Simbolização dos subgrupos de aptidão agrícola das terras, de acordo com os grupos e as classes de solos.
Subgrupo |
Caracterização |
1Bc |
Terras com aptidão boa para lavouras no nível de manejo B e regular no nível de manejo C |
2(b)c |
Terras com aptidão restrita para lavouras no nível de manejo B e regular no nível de manejo C |
2bc |
Terras com aptidão regular para lavouras nos níveis de manejo B e C |
2b(c) |
Terras com aptidão agrícola regular para lavouras no nível de manejo B e restrita no nível de manejo C |
5(n |
Terras com aptidão agrícola restrita para pastagem natural |
6ff |
Terras sem aptidão ao uso agrícola, com fortíssima restrição agroambiental, indicadas para preservação da fauna e da flora |
6FF |
Terras sem aptidão ao uso agrícola, protegidas por lei, indicadas para preservação da fauna e da flora |
Perfil socioeconômico
O perfil socioeconômico dos produtores localizados na microbacia do Córrego do Espraiado, incluindo-se também os agregados e suas famílias, foi elaborado no período 200–2005, por meio de questionários específicos, cujo conjunto de perguntas teve como objetivo principal identificar a percepção das pessoas em relação ao meio ambiente e estabelecer uma relação de importância entre seu trabalho (no caso rural-agrícola/agropecuário) e a proteção ambiental.
Cerca de 51 pessoas, com idade igual ou superior a 16 anos, foram entrevistadas e/ou analisadas, sendo que desse universo, só 8 pessoas (trabalhadores rurais) apresentaram uma percepção razoável da necessidade de interação e equilíbrio entre as atividades agrícolas e o meio ambiente.
O restante, ou sejam, 43 pessoas entrevistadas exibiram uma percepção muito baixa da importância de uma relação de equilíbrio entre as atividades agrícolas e o meio ambiente, ou seja, de produzir sem degradar ou destruir os recursos naturais – solo, água e planta.
A Tabela 5 mostra esse cenário e indica a necessidade de medidas em curto prazo, que possam mudar atitudes e comportamentos, sob pena de agravamento dos problemas ambientais nessa microbacia.
Tabela 5. Perfil socioeconômico e ambiental dos produtores rurais/agregados da microbacia do Córrego do Espraiado, em Ribeirão Preto, SP.
Propriedade/produtor |
Pessoas (quantidade) |
Escolaridade média |
Renda individual (R$/mês) |
Importância do meio ambiente1 |
Percepção individual das relações agricultura e meio ambiente2 |
Fazenda São José (sede) |
8 |
Segundo grau completo |
600,00 |
Razoável |
Razoável |
3 |
Primeiro grau incompleto |
Pouca |
Muito baixa |
||
2 |
Primeiro grau incompleto |
Pouca |
Muito baixa |
||
3 |
– |
0,00 |
Nenhuma |
Nula |
|
Fazenda São José (agregado I) |
5 |
Primeiro grau incompleto |
600,00 |
Pouca |
Muito baixa |
Fazenda São José (agregado II) |
4 |
Primeiro grau incompleto |
600,00 |
Pouca |
Muito baixa |
Fazenda Carbisa |
6 |
Primeiro grau incompleto |
650,00 |
Pouca |
Muito baixa |
Fazenda Santa Helena |
4 |
Primeiro grau incompleto |
500,00 |
Pouca |
Muito baixa |
Fazenda Val Paraíso |
4 |
Primeiro grau incompleto |
550,00 |
Pouca |
Muito baixa |
Fazenda Santa Teresinha |
5 |
Primeiro grau incompleto |
600,00 |
Pouca a nenhuma |
Muito baixa |
Fazenda Haras |
6 |
Segundo grau incompleto |
500,00 |
Razoável |
Baixa a razoável |
1 A importância do meio ambiente foi classificada como a) Nenhuma – não tem qualquer noção sobre meio ambiente; b) Pouca – tem uma noção mínima sobre meio ambiente; c) Razoável – tem alguma noção sobre o meio ambiente; d) Considerável – tem boa noção sobre a importância do meio ambiente. 2 A percepção foi aqui classificada em: a) Nula – total desconhecimento sobre o assunto; b) Muito baixa – noção rudimentar sobre o assunto; c) Baixa – noção restrita sobre o assunto; d) Razoável – entendimento razoável sobre o assunto; e) Boa – possui algum entendimento sobre o assunto e f) Elevada – bom entendimento sobre o assunto. Fonte: Embrapa (2006). |
Mesmo as oito pessoas que apresentaram percepção razoável da importância das relações harmônicas entre agricultura e meio ambiente ainda têm dificuldades de enxergar como viabilizar, na prática, essas relações, o que remete a um cenário preocupante, principalmente quando se analisa essa área sob o ponto de vista da sustentabilidade. Como conceber essa área ou microbacia daqui a algumas décadas?
Diante do exposto e pelas informações obtidas (Tabela 6), aliadas a outras de caráter ambiental, contidas no escopo desse relatório, têm-se os elementos e/ou as informações necessários para a elaboração de uma proposta de gestão com visão sustentável, para a microbacia do Córrego do Espraiado, em Ribeirão Preto, SP.
Tabela 6. Proposta de manejo agroambiental a partir da integração aptidão agrícola versus vulnerabilidade natural dos solos das nascentes do rio Araguaia, em Goiás e em Tocantins.
Material de origem (geologia) |
Classe de solo |
Aptidão agrícola(1) (níveis de manejo B e C) |
Vulnerabilidade(2) |
Manejo agroambiental |
Basaltos (Fm Serra Geral) + arenitos da Formação Bauru |
Latossolos Vermelhos distróficos típicos (LVd) |
1bC |
Muito Baixa/Baixa |
Áreas adequadas para cultivo anual com adoção do sistema de controle biológico de pragas e doenças (cbpd) Recomenda-se cultivo com alternância ou rotação de espécies leguminosas e gramíneas Ca(cbpd) + (Rc) Podem ser usadas também para culturas semiperenes (Csp) e culturas perenes (Cp). Recomenda-se, nesses casos, um controle rígido dos defensivos agrícolas utilizados |
Basaltos (Fm Serra Geral) + arenitos e calcários da Formação Bauru |
Latossolos Vermelhos ácricos típicos (LVw) |
2(b)c |
Muito Baixa/Baixa |
|
Basaltos (Fm Serra Geral) + Arenitos da Formação Botucatu |
Latossolos Vermelho- Amarelos distróficos psamíticos (LVAdq) |
2bc |
Média/Alta |
Áreas adequadas para cultivo anual com adoção do sistema de controle biológico de pragas e doenças Ca (cbpd), integrado com pastagem plantada (Pp) ou sistema integrado lavoura/pecuária (Ilp), além de outros que minimizem a entrada de insumos agrícolas. |
Basaltos (Fm Serra Geral) |
Plintossolos Pétricos concrecionários distróficos (FFcd) |
6FF |
Nula/Muito Baixa |
Áreas frágeis, protegidas por lei, que devem ser indicadas para proteção da fauna e flora. Enquadram-se nessa categoria, as Áreas de Preservação Permanente – (APP) |
Arenito (Fm Botucatu) |
Neossolos Flúvicos psamíticos (RUq) |
Alta/Muito Alta |
||
Arenito (Fm Botucatu) |
Neossolos Quartzarênicos (RQoa/d) |
5(n) |
Alta |
Áreas adequadas para cobertura de vegetação natural de porte médio (típicos do ambiente intermediário das vertentes) integrada com pastagem natural – (APP)+ (Pn) |
(1) 1bC – Grupo 1, terras com aptidão agrícola regular para lavouras no nível de manejo B e boa no nível de manejo C; 2(b)c – Grupo 2, terras com aptidão restrita para lavouras no nível de manejo B e regular no nível C; 2bc – Grupo 2, terras com aptidão agrícola regular para lavouras nos níveis de manejo B e C; 6 FF – Grupo 6, terras sem aptidão ao uso agrícola, protegidas por lei, indicadas para preservação da fauna e flora; 5(n) – Grupo 5, terras com aptidão agrícola restrita para pastagem natural. (2) Nula (0% exposição ao risco de contaminação do lençol freático ou o nível de base do curso d’água); Muito baixa (0% a 10%); Baixa (10% – 20%); Média (20% – 40%); Alta (40% – 60%); Muito alta (> 60%). Fonte: Embrapa (2006). |
Sub-bacia das nascentes do rio Araguaia
Cobertura vegetal original
A cobertura vegetal original, cerca de 30% de toda a área estudada, é composta por campos limpos e sujos, Cerrado ralo, Cerrado denso e vegetação de áreas úmidas.
A percentagem das formações mapeadas, considerando o percentual de 30% citado acima e equivalente a 15.000 ha, tem como destaque a Savana Arborizada (Cerrado fechado e Cerrado aberto) que corresponde a 46% de toda a cobertura vegetal natural, seguida de Campo (32%), Cerradão (14%) e Floresta-de-galeria (8%), conforme Embrapa (2008).
Uso atual
O uso predominante da área, cerca de 70% de toda sua extensão, é com agricultura e pastagem. A primeira é pautada na agricultura de grãos de soja e de milho e, em menor escala, na pecuária de corte, sobre pastagem cultivada, principalmente do gênero Brachiaria.
Com relação às pastagens cultivadas, foram identificadas a classe de pastagem cultivada limpa e pastagem cultivada suja, sendo esta última referente às pastagens em formação, com leiras ou com a presença de arbustos.
Por sua vez, geralmente o plantio de grãos se inicia com as chuvas e pode ocorrer entre outubro e dezembro, com a colheita entre fevereiro e março. Na parte referente a Goiás, as principais culturas são, em ordem decrescente, soja, milho e algodão; já na parte correspondente a Mato Grosso, as principais culturas são, em ordem decrescente, soja, milho e algodão, sendo este último com cultivo mais intensivo a partir de 2003.
Existe, também, o plantio da safrinha, que geralmente ocorre entre março e abril, e com a colheita entre julho e agosto. Na parte referente a Goiás, as principais culturas são, em ordem decrescente, milho-safrinha, sorgo, trigo, aveia e girassol. Às vezes, é plantado milheto, para servir de palha de cobertura para plantio direto.
Pode vir depois da safrinha ou mesmo concomitante a ela, integrada com o gado. Já na parte referente a Mato Grosso, as principais culturas são, em ordem decrescente, milho-safrinha, trigo-safrinha, sorgo e milheto, para servir de palha (EMBRAPA, 2008).
Geologia
A geologia da região é constituída, principalmente, pelas rochas do Grupo São Bento, pertencente à Bacia Sedimentar do Paraná, onde são descritas as seguintes sequências:
• Formação Piramboia – Sedimentos de arenito fino parcialmente argilosos de cores creme-avermelhados, com níveis de concreção de sílex, siltitos e argilitos.
• Formação Botucatu – Pacote de arenito de coloração rósea e avermelhada, fino ou muito fino, bem selecionado e de origem eólica, com estratificações cruzadas de pequeno e médio porte.
• Formação Serra Geral – Derrame de basaltos de coloração creme-amarronzada, cinza-escura a esverdeados, predominantemente afaníticas, amidaloides, com presença de trapes e intertrapes areníticos, diques e soleiras de diabásio granular de coloração cinza-escura e esverdeados.
Solos
Na região das nascentes do rio Araguaia, os solos existentes caracterizam-se pelas ocorrências de:
• Latossolos Vermelhos ácricos típicos – LVw1, a moderado, textura argilosa, fase Cerrado Tropical Subcaducifólio, relevo suave a suave ondulado.
• Latossolos Vermelhos ácricos típicos – LVw2, a moderado, textura argilosa, fase Cerrado Tropical Subcaducifólio, relevo suave a suave ondulado.
• Latossolos Vermelhos distróficos típicos – LVd , a moderado, textura argilosa.
• Latossolos Vermelho-Amarelos distróficos psamíticos – LVAdq, a moderado, textura média.
• Plintossolo Pétrico concrecionário distófico – típico, a moderado, textura média, fase Cerrado Tropical Subcaducifólio, relevo ondulado a forte ondulado.
• Neossolo Quartzarênico órtico – típico, a moderado, textura média, fase Cerrado Tropical Subcaducifólio, relevo suave ondulado.
• Neossolos Flúvicos psamíticos típicos – Ruq.
• Cambissolo Háplico tb distrófico – plíntico a moderado, textura argilosa fase Cerrado sentido restrito, com relevo ondulado.
Relevo
O relevo é dominante e do tipo suave a suave ondulado, com declividade média em torno de 5%. Informações obtidas de levantamentos planialtimétricos e de curvas de nível da área indicam a existência de quatro compartimentos ou ambientes com relevos distintos, conforme descrição a seguir:
1) Área de chapadão – Sua baixa declividade contribui para a ocorrência predominante de solo argilo-arenoso espesso; esses dois aspectos atuam como fatores restritivos à instalação de processos de erosão mais agressivos.
Nessa área, o uso agrícola contempla parcialmente procedimentos e práticas de boa técnica de manejo agrícola que minimizem os impactos decorrentes de sua ocupação. Apresenta declividade entre 1% e 3%.
2) Área da depressão ou nascentes do rio Araguaia – Região de média a baixa declividade, com ocorrência predominante de sedimentos arenosos friáveis da Formação Botucatu e solos psamíticos espessos. Desenvolve amplas vertentes com perfis alongados, vales de ravinas secas, formando microbacias de captação de águas pluviais, apresentando relativo controle de eixos estruturais.
O uso agrícola dessa área é intensivo, com inadequação de uso dos solos de acordo com sua capacidade; há utilização parcial de terraços em nível, muitas vezes alocados de forma inadequada; existem também áreas sem curvas de nível.
Não raro, o uso do solo estende-se até muito próximo à calha dos rios. Tal situação tem favorecido a alteração da dinâmica superficial e provocado o desenvolvimento de diversos processos. A declividade dessa área está entre 3% e 12%.
Impactos:
• Formação e desenvolvimento de processos erosivos por processo laminar, sulcos e desenvolvimento de voçorocas que atingem grandes proporções atingindo 40 m a 50 m de profundidade e 3 km de extensão. Associa-se a vales de ravinas secas e linhas estruturais de direção NNE.
• Movimentação de grande quantidade de material particulado em direção ao vales dos rios.
• Assoreamento de canais e vales a jusante dessas áreas de vale de ravina seca e voçorocas.
3) Área de escarpa – Área de alta declividade acima de 30%, desenvolvida sobre rochas variadas, arenitos e argilitos da Formação Bauru, Botucatu, capeadas por espesso solo laterítico, e camadas de cascalheiras de concreções lateríticas, camadas descontínuas concreções lateríticas ferruginosa, arenitos silicificados compactos, arenitos ferruginosos duros e compactos.
Essa área distribui-se como uma faixa contínua e irregular, às vezes avançando sobre a área da depressão do rio Araguaia.
Geralmente, esse compartimento tem preservado a vegetação natural, a qual foi removida em vários pontos, para instalação de estradas e para retirada de cascalhos como material de empréstimo para revestimento de estradas.
Impactos:
• Erosão em sulcos nas regiões desmatadas e erosão laminar pouco intensa de forma generalizada.
• Queda de blocos em área de rochas mais compactas e fraturadas, escorregamentos e voçorocas em regiões da borda onde se expõe o solo latossólico do chapadão.
4) Área plana de fundo de vale – Área de baixa declividade < 5%, distribui-se no entorno e às margens dos principais cursos d`água, principalmente ao longo do rio Araguaia. É representado por solos aluvionares, com textura do tipo argilo-arenosos e orgânicos.
Apresenta-se com sua vegetação natural parcialmente preservada, particularmente matas ciliares. Embora essa área esteja inserida na depressão, apresenta certa particularidade, com valores de declividade muito baixos, a exemplo das áreas de chapadão.
Impacto:
• Assoreamento de vales, principalmente no rio Araguaia, jusante das principais voçorocas já em desenvolvimento nas fazendas Olho D’água, Dallas, Babilônia e outras.
Avaliação da taxa ou velocidade de infiltração de água no solo (VIB)
A taxa ou velocidade de infiltração de água no solo (VIB) foi aqui avaliada para dar subsídio à determinação da vulnerabilidade natural do solo, necessária aos estudos de risco ambiental, sobretudo de produtos potencialmente contaminantes do lençol freático, principalmente quando envolve solos tipicamente arenosos.
Foi feita uma amostragem representativa dos principais solos da área objeto de estudo; o número reduzido de pontos foi devido à limitação, em campo, quando se trabalha com anéis duplos. O método adotado foi o do infiltrômetro duplo-anel de carga constante que permite maior controle da infiltração vertical, evitando perdas laterais. Em cada ponto, foi feito teste, com duração de 90 minutos.
Para se obter maior representatividade de toda a área, buscou-se uma relação entre os valores obtidos de VIB dos solos dos pontos (P87, P96, P154, P159, P175, P309, P326, P390, P403, P404, P408, P409, P413, P422, P446, P450, P465, 474 e P513), representativos dos solos de maior ocorrência na área de estudo, comparando seus teores de argila, silte e areia com aqueles de outros 100 pontos amostrados, selecionados a partir do levantamento de solos.
Para efeito de comparação dos valores obtidos, foi considerada a camada de 0 cm a 20 cm e de 60 cm a 80 cm de profundidade, conforme mostram dados contidos nas Tabelas 7 e 8.
Tabela 7. Dados reais de VIB, escala relativa de valores de VIB e de textura do Neossolo Quatzarênico (RQo) das nascentes do rio Araguaia, em Goiás e em Mato Grosso.
Ponto/Solo |
Profundidade (cm) |
VIB (mm h-1) |
Valores relativos VIB |
Argila |
Silte |
Areia |
(g kg-1) |
||||||
P87 (RQo) |
0 – 20 |
52,24 |
Muito alto |
35 |
20 |
945 |
60 – 80 |
46,13 |
Muito alto |
60 |
10 |
930 |
|
P96 (RQo) |
0 – 20 |
48,03 |
Alto |
45 |
25 |
930 |
60 – 80 |
42,25 |
Alto |
60 |
20 |
920 |
|
P159 (RQo) |
0 – 20 |
50,12 |
Alto |
40 |
25 |
935 |
60 – 80 |
45,82 |
Alto |
50 |
15 |
935 |
|
P175 (RQo) |
0 – 20 |
53,33 |
Alto |
45 |
25 |
930 |
60 – 80 |
47,22 |
Alto |
55 |
20 |
925 |
|
P390 (RQo) |
0 – 20 |
49,88 |
Alto |
35 |
25 |
940 |
60 – 80 |
41,34 |
Alto |
60 |
10 |
930 |
|
P408 (RQo) |
0 – 20 |
55,19 |
Alto |
30 |
30 |
940 |
60 – 80 |
48,36 |
Alto |
50 |
15 |
935 |
|
P450 (RQo) |
0 – 20 |
56,10 |
Alto |
35 |
25 |
940 |
60 – 80 |
44,87 |
Alto |
45 |
15 |
940 |
|
P465 (RQo) |
0 – 20 |
45,18 |
Alto |
95 |
25 |
880 |
60 – 80 |
42,57 |
Alto |
85 |
10 |
905 |
|
P474 (RQo) |
0 – 20 |
56,91 |
Alto |
45 |
30 |
925 |
60 – 80 |
50, 32 |
Alto |
65 |
15 |
920 |
|
P513 (RQo) |
0 – 20 |
49, 33 |
Alto |
75 |
35 |
890 |
60 – 80 |
38, 62 |
Alto |
85 |
15 |
900 |
|
P87 – RQo (Neossolo Quartzarênico órtico típico). Coordenadas: 277788 e 8013909; P96 – RQo (Neossolo Quartzarênico órtico típico) Coordenadas: 276000 e 8015000; P159 – RQo (Neossolo Quartzarênico órtico típico) Coordenadas: 278106 e 8021194; P175 – RQo (Neossolo Quartzarênico órtico típico) Coordenadas: 272000 e 8023000; P390 – RQo (Neossolo Quartzarênico órtico típico) Coordenadas: 273500 e 8018500; P408 – RQo (Neossolo Quartzarênico órtico típico) Coordenadas: 275500 e 8020500; P450 – RQo (Neossolo Quartzarênico órtico típico) Coordenadas: 272500 e 8024500; P465 – RQo (Neossolo Quartzarênico órtico típico) Coordenadas: 277500 e 8025500; P474 – RQo (Neossolo Quartzarênico órtico típico) Coordenadas: 271500 e 8026500; P513 – RQo (Neossolo Quartzarênico órtico típico) Coordenadas: 275500 e 8029500. Fonte: Embrapa (2008). |
A Tabela 7 mostra que o Neossolo Quartzarênico órtico (RQo) apresenta VIB muito alto, condição que o predispõe a contribuir no incremento da vulnerabilidade na área de sua abrangência. Já no caso do Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico psamítico (LVAdq), essa predisposição não é tão acentuada (Tabela 8).
Tabela 8. Dados de VIB e textura do LVAdq e LVW (P446).
Ponto/Solo |
Profundidade (cm) |
VIB (mm h-1) |
Valores relativos VIB |
Argila |
Silte |
Areia |
(g kg-1) |
||||||
P154 (LVAdq) |
0 – 20 |
23,15 |
Médio |
175 |
35 |
790 |
60 – 80 |
20,56 |
Médio |
160 |
55 |
795 |
|
P309 (LVAdq) |
0 – 20 |
27,03 |
Médio |
195 |
45 |
760 |
60 – 80 |
26,12 |
Médio |
170 |
50 |
780 |
|
P326 (LVAdq) |
0 – 20 |
18,12 |
Médio |
195 |
55 |
750 |
60 – 80 |
17,38 |
Médio |
170 |
40 |
790 |
|
P403 (LVAdq) |
0 – 20 |
20,33 |
Médio |
200 |
35 |
765 |
60 – 80 |
19,74 |
Médio |
180 |
50 |
770 |
|
P404 (LVAdq) |
0 – 20 |
19,88 |
Médio |
195 |
40 |
765 |
60 – 80 |
19,04 |
Médio |
175 |
5 |
780 |
|
P409 (LVAdq) |
0 – 20 |
22,56 |
Médio |
190 |
45 |
765 |
60 – 80 |
20,16 |
Médio |
165 |
40 |
795 |
|
P413 (LVAdq) |
0 – 20 |
19,88 |
Médio |
190 |
35 |
775 |
60 – 80 |
15,06 |
Médio |
170 |
45 |
785 |
|
P422 (LVAdq) |
0 – 20 |
22,56 |
Médio |
200 |
30 |
770 |
60 – 80 |
18, 17 |
Médio |
160 |
45 |
785 |
|
P446 (LVW) |
0 – 20 |
47,10 |
Médio |
674 |
173 |
153 |
60 – 80 |
45, 43 |
Médio |
650 |
155 |
195 |
|
P513 (RQo) |
0 – 20 |
49, 33 |
Alto |
75 |
35 |
890 |
60 – 80 |
38, 62 |
Alto |
85 |
15 |
900 |
|
P154 – LVAdq (Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico psamítico), Coordenadas: 271000 e 8021000; P309 – LVAdq (Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico psamítico), Coordenadas: 275636 e 8011500; P326 – LVAdq (Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico psamítico), Coordenadas: 271500 e 8013500; P403 – LVAdq (Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico psamítico), Coordenadas: 278500 e 8019500; P404 – LVAdq (Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico psamítico) Coordenadas: 279500 e 8019500; P409 – LVAdq (Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico psamítico) Coordenadas: 277500 e 8020500; P413 – LVAdq (Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico psamítico) Coordenadas:270500 e 80500; P422 – LVAdq (Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico psamítico) Coordenadas: 281500 e 8021500; P446 – LVW (Latossolo Vermelho ácrico típico), Coordenadas: 282500 e 8023500. Fonte: Embrapa (2008). |
A partir dos resultados obtidos acima, a taxa de infiltração foi estimada para a área de estudo, tomando-se por base cerca de 100 pontos de solos amostrados (RQo e LVdq, analisados e ordenados pela classificação taxonômica do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SBCS – 1998).
Potenciais de escoamento/infiltração da água versus declividade do terreno
A relação matricial entre as classes de taxa de infiltração básica (VIB) de declividade resultou na classificação dos potenciais de infiltração e de escoamento superficial da água no solo.
As Tabelas 9 e 10 mostram que os potenciais de infiltração e de escoamento da água mantêm relação inversa entre si:
Tabela 9. Pontencial de infiltração em relação à VIB e à declividade do solo.
Velocidade infiltração água (VIB) |
Declividade do solo |
||
Baixa (<3%) |
Suave (3% a 8%) |
Acentuado (> 8% < 20%) |
|
Baixa |
Médio |
Baixo |
Baixo |
Média |
Alto |
Médio |
Baixo |
Alta |
Alto |
Alto |
Médio |
Fonte: Embrapa (2008). |
Tabela 10. Potencial de escoamento superficial em relação à declividade e à velocidade de infiltração de água no solo.
Velocidade infiltração água (VIB) |
Declividade do solo |
||
Baixa (<3%) |
Suave (3% a 8%) |
Acentuado (> 8% < 20%) |
|
Fonte: Embrapa (2008). |
|||
Baixa |
Médio |
Alto |
Alto |
Média |
Baixo |
Médio |
Alto |
Alta |
Baixo |
Baixo |
Médio |
A Tabela 10 mostra que a velocidade de infiltração de água, classificada como alta, e a declividade da área classificada como baixa, por exemplo, indicam condições favoráveis a um potencial de escoamento baixo; tal condição remete então, necessariamente, a uma condição de potencial de lixiviação alto.
Profundidade do lençol freático a partir de poços localizados dentro e nas proximidades das áreas de afloramento
Nesse estudo, para efeito de avaliação da vulnerabilidade natural das áreas de recarga do aquífero Guarani, foram consideradas as condições de lençol freático ou zona saturada denominadas de:
• Pouco profundo (até 45 m).
• Profundo (45 m a 100 m).
• Muito profundo (> 100 m).
Considerando que os aquíferos freáticos ou as porções não confinadas ocorrem, com frequência, a partir de 45 m de profundidade.
Nota: a profundidade média na região objeto deste trabalho é 45 cm.
Os estudos de campo – na área das nascentes do rio Araguaia – permitiram o levantamento dos seguintes poços, conforme descrição a seguir:
1) Poços muito profundos
a) Fazenda Rio Grande (Três Irmãos), Município de Mineiros, GO:
Proprietário: Celso Fries
Poço tubular profundo: 133 m de profundidade, com 10 m de lâmina d’água (mês de março); => nível estático localizado a 123 m de profundidade.
Vazão: 11 m3 h-1
Coordenadas: 17° 01.014’S e 53° 02.221’O
Altitude: 921 m
b) Fazenda Holândia (sede), Município de Mineiros, GO:
Proprietário: João Pedro Michels
Poço tubular profundo: 149 m de profundidade, com 15 m de lâmina d’água (mês de março); => nível estático localizado a 134 m de profundidade.
Vazão: 9 m3 h-1
Coordenadas: 18° 03.135’S e 53° 03.816’O
Altitude: 947 m
c) Fazenda Holândia (subsede), Município de Alto Taquari, MT:
Proprietário: Edgar Michels
Poço tubular profundo: 136 m de profundidade, com 10 m de lâmina d’água (mês de março); => nível estático localizado a 126 m de profundidade.
Vazão: 7 m3 h-1
Coordenadas: 17° 59.166’S e 53° 06.558’O
Altitude: 893 m
d) Fazenda Encanto do Araguaia, Município de Alto Taquari, MT:
Proprietário: José Mathias
Poço tubular profundo: 140 m de profundidade, com 13 m de lâmina d’água (mês de março); => nível estático localizado a 127 m de profundidade.
Vazão: 10 m3 h-1
Coordenadas: 17° 58.818’S e 53° 06.575’O
Altitude: 882 m
e) Fazenda Graúna, Município de Alto Taquari, MT:
Proprietário: Sociedade Anônima
Poço tubular profundo: 155 m de profundidade, com 19 m de lâmina d’água (mês de março); => nível estático localizado a 136 m de profundidade.
Vazão: 15 m3 h-1
Coordenadas: 17° 55.854’ S e 53° 13.054’O
Altitude: 931 m
f) Fazenda Gonzalez, Município de Alto Taquari, MT:
Proprietário: Irmãos Gonzalez
Poço tubular profundo: 100 m de profundidade, com 35 m
de lâmina d’água (mês de março); => nível estático localizado a 65 m
de profundidade.
Vazão: 8 m3 h-1
Coordenadas: 17° 58.74’ S e 53° 09.105’O.
Altitude: 856 m.
g) Fazenda Jacuba, Município de Mineiros, GO:
Proprietário: Sociedade Anônima
Poço tubular profundo: 122 m de profundidade, com 16 m de lâmina d’água (mês de março); => nível estático localizado a 106 m de profundidade.
Vazão: >5 m3 h-1
Coordenadas: 17° 52.259’S e 53° 10.050’O
Altitude: 881m
h) Fazenda Treze Pontos, Município de Alto Taquari, MT:
Proprietário: Sociedade Anônima
Poço tubular profundo: 138 m de profundidade, com 13 m de lâmina d’água (mês de março); => nível estático localizado a 125 m de profundidade.
Vazão: >5 m3 h-1
Coordenadas: 17° 52.259’S e 53° 10.050’O
Altitude: 879 m
2) Poços profundos
a) Fazenda Olho D’água I, Município de Alto Taquari, MT:
Proprietário: Sociedade Anônima
Poço tubular profundo: 64 m de profundidade, com 49 m de lâmina d’água (mês de março); => nível estático localizado a 15 m de profundidade.
Vazão: 16 m3 h-1
Coordenadas: 17° 53.456’S e 53° 10.013’O
Altitude: 831 m
b) Fazenda Olho D’água II, Município de Alto Taquari, MT:
Proprietário: Sociedade Anônima
Poço tubular profundo: 61 m de profundidade, com 52 m de lâmina d’água (mês de março); => nível estático localizado a 9 m de profundidade.
Vazão: 14 m3 h-1
Coordenadas: 17° 54.291’S e 53° 08.026’O
Altitude: 823 m
c) Fazenda Vale do Araxá, Município de Alto Taquari, MT:
Proprietário: Sociedade Anônima
Poço tubular profundo: 90 m de profundidade, com 80 m de lâmina d’água (mês de março); => nível estático localizado a 10 m de profundidade.
Vazão: 6 m3 h-1
Coordenadas: 17° 53.131’S e 53° 10.607’O
Altitude: 827 m
3) Poços pouco profundos
Esses poços foram considerados para efeito de monitoramento de agrotóxicos (herbicidas imazetapir e clorimuron etil usados em soja e nicossulfuron e atrazina usados em milho). As coletas tiveram início em março de 2004, com frequência trimestral programada até dezembro de 2006.
Foram selecionadas três propriedades rurais em função do uso intensivo desses produtos, de seu potencial de lixiviação e da proximidade das áreas cultivadas com os cursos d’água (afluentes do rio Araguaia), conforme descritos a seguir:
a) Fazenda Graúna, Município de Alto Taquari, MT:
Poço 1 – Coordenadas: 17°94.414S e 53°13.561W; Profundidade: 1 m.
Poço 2 – Coordenadas: 17°94.413S e 53°13.563W; Profundidade: 2 m.
Poço 3 – Coordenadas: 17°94.412S e 53°13.566W; Profundidade: 3 m.
b) Fazenda Holândia, Município de Alto Taquari, MT:
Poço 1 – Coordenadas: 18°00.838S e 53.06.929W; Profundidade: 1 m.
Poço 2 – Coordenadas: 18°00.836S e 53.06.920W; Profundidade: 2 m.
Poço 3 – Coordenadas: 18°00.843S e 53.06.935W; Profundidade: 3 m.
c) Fazenda Três Irmãos, Município de Mineiros, GO:
Poço 1 – Coordenadas: 17°83.969S e 53°09.247W; Profundidade: 1 m.
Poço 2 – Coordenadas: 17°83.971S e 53°09.250W; Profundidade: 2 m.
Poço 3 – Coordenadas: 17°83.973S e 53°09.254W; Profundidade: 3 m.
Pluviometria
Na região de Mineiros, GO, o clima que atua abrangendo as nascentes do rio Araguaia pode ser classificado como tropical úmido, com estação seca de 3 a 4 meses. Os totais pluviométricos dessa região oscilam entre 1.200 mm e 2.000 mm na cidade (Mosteiro dos Beneditinos), podendo chegar em alguns anos excepcionais a mais de 3.000 mm (Fazenda Graúna, Município de Alto Taquari, MT), dependendo da posição em relação ao relevo de planaltos e chapadas.
A temperatura média anual está em torno dos 20 oC, as mínimas raramente são menores que 15 oC, enquanto as máximas ultrapassam facilmente os 25 oC.
O clima da área tem como principal característica o contraste entre a estação chuvosa (outubro a março), e a estação seca (maio a agosto). Os dados pluviométricos da região mostram que, nos períodos chuvosos, normalmente a pluviosidade ultrapassa 1.000 mm, sendo que em janeiro e em fevereiro, concentram 70% do total.
Nota: é comum não chover nos meses de junho, julho ou agosto, ou mesmo em 2 desses meses consecutivos.
Apesar da sequência de dados pluviométricos ser bastante curta (17 anos), pode-se observar que há um certo ritmo na maior ou menor quantidade de chuva caída, que oscila entre máximos e mínimos, com periodicidade de aproximadamente 4 anos, conforme dados contidos na Tabela 11.
Tabela 11. Dados climáticos mensais e balanço hídrico da região das nascentes do rio Araguaia, em Mato Grosso e em Goiás, considerando a média de 17 anos (1988–2005).
Meses |
Temperatura média (ºC) |
Temperatura mínima (ºC) |
Temperatura máxima (ºC) |
Precipitação (mm) |
Balanço hídrico (mm) |
Janeiro |
26.3 |
21.4 |
31.2 |
241.3 |
120.8 |
Fevereiro |
26.3 |
21.3 |
31.4 |
205.6 |
101.7 |
Março |
26.4 |
21.0 |
31.9 |
162.8 |
56.4 |
Abril |
25.7 |
19.7 |
31.6 |
85.4 |
-1.8 |
Maio |
23.7 |
17.4 |
30.1 |
66.3 |
-7.7 |
Junho |
22.9 |
16.0 |
29.8 |
43.5 |
-37.6 |
Julho |
23.0 |
15.7 |
30.4 |
33.4 |
-51.4 |
Agosto |
25.0 |
17.3 |
32.7 |
37.0 |
-78.7 |
Setembro |
26.5 |
19.8 |
33.3 |
80.9 |
-65.3 |
Outubro |
26.4 |
20.4 |
32.3 |
136.1 |
-3.5 |
Novembro |
26.3 |
20.8 |
31.8 |
166.9 |
26.8 |
Dezembro |
26.2 |
21.4 |
30.9 |
218.2 |
106.4 |
Fonte: Embrapa (2008). |
A análise rapresentada na Tabela 12 mostra que esses solos exibem valores mais elevados de vulnerabilidade natural, principalmente em relação aos Latossolos Vermelho-Amarelos distróficos psamíticos – LVAdq e Neossolos Quartzarênicos órticos – RQo (representativos das áreas de recarga do aquífero Guarani) na região das nascentes do rio Araguaia.
Tabela 12. Classificação da vulnerabilidade natural em função da integração de dados de velocidade de infiltração básica de água (VIB), declividade do terreno, potenciais de infiltração/escoamento de água no solo, profundidade do lençol freático e índice pluviométrico da região das nascentes do rio Araguaia, em Goiás e em Mato Grosso.
Classe de Solo |
VIB |
Potencial Infiltração de água |
Potencial escoamento de água |
Decliv.Terreno(1) |
Profundi-dade lençol freático ou zona saturada(2) |
Índice Pluviométrico |
Vulnerabilidade |
LVAdq |
Alta a muito Alta |
Médio/Alto |
Médio/Baixo |
Suave a suave ondulado |
Profundo |
> 1.800 mm |
Média/Alta |
RQo |
Muito Alta |
Alto |
Baixo |
Suave |
Pouco profundo |
Alta |
|
LVdq – Latossolos Vermelho-Amarelos distróficos psamíticos; RQo – Neossolo Quartzarênico; VIB – Muito Alta (> 50 mm/h); alta (30 – 50 mm/h); média (15 mm/h – 30 mm/h); baixa (< 15 mm/h). (1) Suave – até 3%; suave ondulado – 3% a 5%. (2) Profundo (> 45 m); pouco profundo (< 45 m). Fonte: Embrapa (2008). |
Isso significa que, quando expostos a determinada carga com potencial de contaminação, como agrotóxicos, por exemplo, podem oferecer alguns riscos de contaminação ao aquífero ou ao lençol freático.
Vulnerabilidade natural
Neste trabalho, a avaliação da vulnerabilidade foi feita levando-se em consideração a integração dos dados da taxa de infiltração básica (VIB), em substituição à condutividade hidráulica, com aqueles referentes:
• Ao potencial de infiltração de água no solo.
• Ao potencial de escoamento da água.
• À declividade do terreno.
• À profundidade do lençol freático.
• Ao índice pluviométrico, conforme consta na Tabela 11.
Os valores obtidos foram submetidos a tratamento estatístico, para validação do método com envolvimento das variáveis textura, estrutura, estabilidade de agregados e profundidade do solo.
Assim, foram atribuídos valores numéricos aos níveis de cada variável, como:
• Textura argilosa = 2,0
• Textura areno-argilosa = 1,0
• Textura arenosa = 0
Com os dados definidos numericamente, foi feita análise fatorial discriminada, de acordo com Judez (1988), para verificar se o parâmetro condutividade hidráulica poderia ser obtido apenas com quatro variáveis citadas.
O método propõe classe alta, média e baixa de taxa de infiltração para cada classe de solo, conforme sua proximidade ao centro de cada nível. A classificação de condutividade hidráulica, obtida pelas estimativas de densidade Kernel com amplitudes desiguais (SAS... 1988), coincidiu com a classificação feita preliminarmente, proporcionando consistência aos resultados obtidos, seguindo os mesmos procedimentos adotados por Gomes et al. (1996).
Em seguida, foram estabelecidas as classes de declividade do terreno, com adoção de três níveis principais e seus respectivos valores percentuais, conforme Lemos e Santos (1982):
a) Baixa (< 3%).
b) Suave (3% a 8%).
c) Acentuada (8% a 20%).
Nota: nessa avaliação, valores acima de 20% de declividade foram descartados, pois se referem às áreas com forte restrição agrícola.
Aptidão agrícola
Na avaliação da aptidão agrícola dos solos, foi adotado o Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola das Terras (RAMALHO FILHO et al., 1995), ajustado para a vulnerabilidade das áreas de recarga do aquífero Guarani. As terras da área de abrangência do Complexo de Nascentes do rio Araguaia são marcadas por uma grande vulnerabilidade em termos ambientais, o que exige uma adequação na avaliação da aptidão agrícola das terras, conforme Gomes et al. (2006).
Os Latossolos Vermelhos da área estudada possuem aptidão regular no nível de manejo B, o qual considera o emprego limitado de tecnologias, principalmente na forma de insumos e de máquinas. Considerando-se o nível de manejo C, que permite a redução das limitações de fertilidade com uso de fertilizantes e se apoia em sistemas de manejo mecanizados, a aptidão desses solos pode ser considerada boa.
Cabe salientar que os Latossolos Vermelhos ácricos exigem um manejo criterioso da fertilidade do solo, pois possuem forte tendência à adsorção de fosfato e outros ânions. Em termos de vulnerabilidade ambiental, esses solos podem ser considerados como de vulnerabilidade baixa a muito baixa, visto que são muito profundos e situam-se em posições de topo de chapada.
Esses latossolos são adequados para cultivo anual com adoção do sistema de controle biológico de pragas e doenças. Por isso, recomenda-se cultivo com alternância ou rotação de espécies leguminosas e gramíneas.
Por sua vez, em função da textura arenosa, os Latossolos Vermelho-Amarelos psamíticos são de vulnerabilidade média a alta, e possuem aptidão regular no nível de manejo C e restrita no nível de manejo B.
São solos adequados para pastagem plantada, com sistema de rotação de pastos e uso frequente de adubo verde, e se adaptam também para integração com agricultura de baixa entrada de insumos.
Por suas características edáficas e em função das posições que ocupam na paisagem, os Plintossolos Pétricos e os Neossolos Flúvicos não devem ser usados na agricultura e são classificados, pelo Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola das Terras (RAMALHO FILHO et al., 1995), como inaptos. A vulnerabilidade desses solos varia de muito baixa, nos Plintossolos, a muito alta, nos Neossolos Flúvicos.
Os Cambissolos Háplicos, que ocupam relevos acidentados na transição de Latossolos das áreas de chapada para Latossolos das áreas de depressão, possuem aptidão variada, conforme a declividade. Essa aptidão pode variar de regular para pastagem a inapta, sem alcançar aptidão para culturas.
Nota: a vulnerabilidade desses solos também pode variar de moderada a alta, em função da textura, que é variável, e da declividade.
Finalmente, os Neossolos Quartzarênicos, que ocupam amplas áreas no Complexo de Nascentes do rio Araguaia, possuem aptidão agrícola regular para pastagem. Seu uso para agricultura é bastante limitado, porque a textura arenosa não permite a retenção de água em quantidades suficientes para atender as demandas das plantas cultivadas, nem a retenção de insumos aplicados.
Como esses solos desempenham uma função importante na recarga direta do aquífero, por sua elevada permeabilidade, seu uso agrícola deve ser restrito a pastagens, pois suas propriedades favorecem a lixiviação de produtos químicos e os tornam muito suscetíveis à erosão.
A vulnerabilidade dos Neossolos Quartzarênicos é alta. Eles são adequados para cobertura de vegetação natural permanente de porte médio (típico do ambiente intermediário das vertentes), integrada com pastagem plantada.
Na classificação de aptidão agrícola, os solos da região das nascentes do rio Araguaia foram inseridos nos seguintes grupos, conforme descrição a seguir, e correlacionados com as classes de solos, de acordo com a Tabela 6.
1bC – Grupo 1 – Terras com aptidão agrícola regular para lavouras no nível de manejo B, boa no nível de manejo C.
2(b)c – Grupo 2 – Terras com aptidão restrita para lavouras no nível de manejo B, e regular no nível C.
2bc – Grupo 2 – Terras com aptidão agrícola regular nos níveis de manejo B e C.
6 FF – Grupo 6 – Terras sem aptidão ao uso agrícola, protegidas por lei, indicadas para preservação da fauna e da flora.
5(n) – Grupo 5 – Terras com aptidão agrícola restrita para pastagem natural.
Perfil socioeconômico
Nos dados apresentados a seguir, constam informações referentes aos proprietários rurais da região das nascentes do rio Araguaia, suas propriedades como local de residência, escolaridade, origem, tipos de atividades agropecuárias desenvolvidas, bem como a percepção ambiental destes.
As referidas propriedades estão localizadas em Mato Grosso e em Goiás, assim distribuídas:
Em Goiás, 75% (16 propriedades), e em Mato Grosso, 25% (7 propriedades). A grande maioria dos proprietários reside em Mineiros, GO, com 75% (16) sendo o restante 25% (7) moradores de Alto Taquari, MT, dois (2) e cidades distantes da região inclusive outros estados, cinco (5) proprietários.
O nível de escolaridade dos proprietários está dividido em 20% (4 proprietários) somente primário, 30% (6 proprietários) primeiro grau completo, 15% (3 proprietários), 35% (7 proprietários) com nível superior, ficando 3 proprietários sem resposta.
A origem desses produtores teve grande influência no avanço dos sulistas, que ocorreu principalmente nas décadas de 1970 e de 1980, perfazendo 64% (15) oriundos do Rio Grande do Sul, 23% (5) do Estado de São Paulo, 5% (1) do Paraná, 5% (1) de Mato Grosso do Sul e 5% (1) de Mato Grosso, onde 77% (17) estão na região há mais de 25 anos, 5% (1) entre 20 e 25 anos, 13% (3) entre 15 e 20 anos, e apenas 5% (1) a menos de 5 anos.
Um detalhe importante dessa ocupação é que todos os que vieram do Rio Grande do Sul têm a agricultura como atividade principal (75%), ficando somente a pecuária pelos ocupantes dos outros estados (25%). A tradição de se cultivar a terra com agricultura faz parte de 77% (17) dos proprietários, ficando os 23% restantes (6) com outras atividades (PAULA, 2007).
Quanto ao nível organizacional, cerca de 72% (17) participam de alguma forma de organização, destacando-se principalmente a Associação dos Produtores de Grãos de Mineiros (APGM), com 14 associados, e o Sindicato Rural com 10 associados, mostrando bom nível de organização. Somente 27% (6) não participam de nenhuma forma de organização, destacando-se, nessa classe, os pecuaristas (100%).
Com relação à administração das atividades agropecuárias, destaca-se a agricultura, com um grande nível de controle, pois 87% (14) fazem custos de produção (somente 2 não fazem); em contrapartida, a pecuária mostra baixo nível de controle com 100% (6) dos produtores não fazendo custo de produção.
Na agricultura, 82% (18 de 22) têm um técnico responsável pelo controle da atividade, sendo que na pecuária, somente 27% (6 e 22) têm profissional responsável por esse controle.
As culturas estão assim distribuídas:
• Milho é plantado por 17% (5) das propriedades em safra normal, com área média de 300 ha, com produtividade de 7.200 kg ha-1.
• Soja é plantada por 61% (17) das fazendas com área média de 1.120 ha, com produtividade de 3.480 kg ha-1.
• Algodão é plantado por 7% (2) das propriedades, com produtividade de 2.600 kg ha-1.
• A safrinha é praticada por 53% (15) dos produtores, em que são cultivados milho, milheto, sorgo, trigo, aveia e outros.
• Áreas de pastagem estão presentes em 67% (19) das fazendas, com área média de 510 ha e rebanho de 420 cab/propriedade, mostrando grande participação na área explorada.
Conforme os dados citados, pode-se notar que a agricultura tem o perfil empresarial, de alto nível tecnológico e de produtividade excelente, como mostram as médias levantadas. Os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB, 2006), mostram que, no Brasil, a média de produtividade na safra 2004–2005 para o milho, a safra normal foi de 3.026 kg ha-1 e para a soja, 2.208 kg ha-1.
A pecuária é uma atividade presente em boa parte das fazendas, mas com nível tecnológico ainda baixo, como podemos ver na lotação animal, onde se tem 0,7 UA/ha (420 cab/510 ha), muito próximo da média na região do Cerrado, que é de 0,6 UA/ha (FELTRAN-BARBIERI, 2004).
A infraestrutura das fazendas é vista pelos produtores da seguinte forma: as estradas rurais são problemáticas na opinião de 42% (8) dos que opinaram a respeito, estando os maiores problemas na área pertencente a Mato Grosso e onde a pecuária é a principal atividade; o lixo é enterrado por 77% (17) dos entrevistados e queimado por 50% (11) destes, sendo que apenas 14% (3) faz a reciclagem dentro do possível, sendo que, nesse caso, as propriedades poderiam ter mais de uma alternativa.
As embalagens de agrotóxicos são devolvidas nas centrais de recebimento de Mineiros, GO, e em Alto Taquari, MT, só aquelas que não têm obrigatoriedade (como as de uso veterinário) são enterradas por 30% dos proprietários (7).
A preocupação com a área legal de reserva está distribuída da seguinte forma: 91% (20) dos produtores têm reserva legal, sendo 95% (19) na propriedade e 5% (1) fora destas, ficando somente 9% (2), que não têm reserva. A averbação foi confirmada por 60% (12) dos produtores, ficando 15% (3) que não averbou e 25% (5) não foi obtida informação correta (não sabia).
Quando questionados quanto à existência de áreas degradadas em sua propriedade, foi respondido por 50% (11) dos entrevistados que havia certa forma de degradação, tanto pelos agricultores como pelos pecuaristas. Isso pode indicar que mais de 50% pode estar em processo de degradação, pois existe certa resistência do produtor a responder esse questionamento.
A percepção da importância da preservação dos recursos naturais pode ser levantada quando da resposta por 86% (19) dos entrevistados acharem ótima ou boa a preocupação em definir manejos adequados para se preservar as áreas das nascentes do rio Araguaia, onde 95% (21) se dispuseram a colaborar quando solicitados.
Houve, também, respostas relativamente pessimistas, onde 23% (5) dos entrevistados não acreditam em obter respostas às suas necessidades, pois segundo eles, muitos projetos já foram iniciados e poucos levaram respostas práticas aos produtores, ou seja, o produto final não foi divulgado aos maiores interessados, os próprios agricultores.
Resultados e proposta de manejo
Os resultados obtidos estão expressos nas Tabelas 13 e 14 e nas Figuras 1 e 2, respectivamente, e expressam uma proposta de manejo alternativo que se pode denominar de agroambiental para as áreas do Estado de São Paulo (microbacia do Córrego do Espraiado) e de Goiás e de Mato Grosso (nascentes do rio Araguaia).
Tabela 13. Proposta de manejo agroambiental a partir da integração aptidão agrícola versus vulnerabilidade natural dos solos da microbacia do Córrego Espraiado, na região de Ribeirão Preto, SP.
Material de origem (geologia) |
Classe de solo |
Aptidão agrícola(1) (níveis de manejo B e C) |
Vulnerabilidade(2) |
Manejo agroambiental |
Basaltos |
Latossolos Vermelhos eutroférricos (LVef) |
1Bc |
Baixa/Média |
Áreas adequadas para cultivo anual, com adoção do sistema de controle biológico de pragas e doenças (cbpd). Recomenda-se cultivo com alternância ou rotação de espécies leguminosas e gramíneas – Ca(cbpd) + (Rc) Podem ser usadas, também, para culturas semiperenes – (Csp) e culturas perenes – (Cp). Nesses casos, recomenda-se um controle rígido dos defensivos agrícolas aplicados |
Latossolos Vermelhos acriférricos (LVwf) |
2(b)c |
|||
Latossolos Vermelhos distroférricos (LVdf) |
2bc |
|||
Basaltos (Fm Serra Geral) + Arenitos (Formação Botucatu) em menor proporção |
Latossolos Vermelho- Amarelos distróficos/álicos argilosos (LVAdb/ab) |
|||
Basaltos (Fm Serra Geral) + Arenitos (Formação Botucatu) em proporções semelhantes |
Latossolos Vermelhos distróficos/álicos psamíticos (LVdq/aq) |
Média/Alta |
Áreas adequadas para cultivo anual com adoção do sistema de controle biológico de pragas e doenças Ca (cbpd) integrado com pastagem plantada (Pp) ou sistema integrado lavoura/pecuária (Ilp), além de outros que minimizem a entrada de insumos agrícolas |
|
Basaltos (Fm Serra Geral) |
Nitossolos Vermelhos eutroférricos (NVef) |
2b(c) |
Muito Baixa/Baixa |
Áreas adequadas para atividades de olericultura e agricultura de |
Basaltos |
Neossolos Litólicos eutróficos/distróficos(RLe/d) |
6ff |
Nula/Muito Baixa |
Áreas frágeis, adequadas para cobertura de vegetação natural, devido às fortíssimas restrições ao uso agrícolas impostas pelo solo e relevo. Nesse caso, devem ser indicadas para a preservação da fauna e flora (APP) |
Material detrito-laterítico retrabalhado (TQdl) |
Gleissolos háplicos (Gxa/d) |
6FF |
Alta/Muito Alta |
Áreas frágeis, protegidas por lei, que devem ser indicadas para proteção da fauna e da flora. Enquadram-se nessa categoria, as Áreas de Preservação Permanente – (APP) (ex: mata ciliar, nascentes, escarpas, dentre outras) |
Arenito(Fm Botucatu) |
Neossolo Quartzarênico (RQoa/d) |
5(n) |
Alta |
Áreas adequadas para cobertura de vegetação natural de porte médio (típicos do ambiente intermediário das vertentes) integrada com pastagem natural – |
(1) 1Bc. Grupo1, terras com aptidão boa para lavouras no nível de manejo B e regular no nível de manejo C; 2(b)c – Grupo 2, terras com aptidão restrita para lavouras no nível de manejo B e regular no nível de manejo C; 2bc . Grupo 2, terras com aptidão regular para lavouras nos níveis de manejo B e C; 2b(c) - Grupo 2, terras com aptidão agrícola regular para lavouras no nível de manejo B e restrita no nível de manejo C; 5(n) – Grupo 5, terras com aptidão agrícola restrita para pastagem natural; 6ff, Grupo 6, terras sem aptidão ao uso agrícola, com fortíssima restrição agro-ambiental, indicadas para preservação da fauna e flora; 6FF – Grupo 6, terras sem aptidão ao uso agrícola, protegidas por lei, indicadas para preservação da fauna e flora. (2) Nula (0% exposição ao risco de contaminação do lençol freático ou o nível de base do curso d’água); muito baixa (0 a 10%); baixa (10% – 20%); média Fonte: Embrapa (2008). |
Tabela 14. Proposta de manejo agroambiental a partir da integração aptidão agrícola versus vulnerabilidade natural dos solos das nascentes do rio Araguaia em Goiás e em Tocantins.
Material de origem (geologia) |
Classe de solo |
Aptidão agrícola(1) (níveis de manejo B e C) |
Vulnerabilidade(2) |
Manejo agroambiental |
Basaltos(Fm Serra Geral) + arenitos da Formação Bauru |
Latossolos Vermelhos distróficos típicos (LVd) |
1bC |
Muito Baixa/Baixa |
Áreas adequadas para cultivo anual com adoção do sistema de controle biológico de pragas e doenças (cbpd). Recomenda-se cultivo com alternância ou rotação de espécies leguminosas e gramíneas Ca(cbpd) + (Rc) Podem ser usadas, também, para culturas semi-perenes (Csp) e culturas perenes (Cp). Nesses casos, recomenda-se um controle rígido dos defensivos agrícolas utilizados |
Basaltos (Fm Serra Geral) + arenitos e calcários da Formação Bauru |
Latossolos Vermelhos ácricos típicos (LVw) |
2(b)c |
||
Basaltos (Fm Serra Geral) + Arenitos da Formação Botucatu. |
Latossolos Vermelho- Amarelos distróficos psamíticos (LVAdq) |
2bc |
Média/Alta |
Áreas adequadas para cultivo anual com adoção do sistema de controle biológico de pragas e doenças Ca (cbpd), integrado com pastagem plantada (Pp) ou sistema integrado lavoura/pecuária (Ilp), além de outros que minimizem a entrada de insumos agrícolas |
Basaltos |
Plintossolos Pétricos concrecionários distróficos (FFcd) |
6FF |
Nula/Muito Baixa |
Áreas frágeis, protegidas por lei, que devem ser indicadas para proteção da fauna e flora. Enquadram-se nessa categoria, as Áreas de Preservação Permanente – (APP) (ex: mata ciliar, nascentes, escarpas, dentre outras) |
Alta/Muito Alta |
||||
Arenito |
Neossolos Flúvicos psamíticos (RUq) |
|||
Arenito |
Neossolos Quartzarênicos (RQoa/d) |
5(n) |
Alta |
Áreas adequadas para cobertura de vegetação natural de porte médio (típicos do ambiente intermediário das vertentes) integrada com pastagem natural – |
(1) 1bC – Grupo 1, terras com aptidão agrícola regular para lavouras no nível de manejo B e boa no nível de manejo C; 2(b)c - Grupo 2, terras com aptidão restrita para lavouras no nível de manejo B e regular no nível C; 2bc - Grupo 2, terras com aptidão agrícola regular para lavouras nos níveis de manejo B e C; 6 FF– Grupo 6, terras sem aptidão ao uso agrícola, protegidas por lei, indicadas para preservação da fauna e flora; 5(n)- Grupo 5, terras com aptidão agrícola restrita para pastagem natural. (2) Nula (0% exposição ao risco de contaminação do lençol freático ou o nível de base do curso d’água); muito baixa (0% a 10 % ); baixa (10% – 20%); média (20% – 40%); alta (40% – 60%); muito alta ( > 60%) Fonte: Embrapa (2008). |
Considerações finais
A proposta de manejo agroambiental para as bacias e sub-bacias hidrográficas, localizadas em áreas de recarga direta do aquífero Guarani, em território brasileiro, tem por objetivo dar subsídios a diversas ações voltadas para a sustentabilidade de áreas frágeis ou de alta vulnerabilidade natural.
As Figuras 1 e 2 permitem uma visualização espacial da bacia, com suporte de informações necessárias para o uso racional de áreas com essas características, servindo de subsídios para a elaboração de um documento orientador, com vistas à formulação de políticas públicas para áreas frágeis, dentro de um conjunto de medidas que inclui as chamadas Boas Práticas Agrícolas (BPAs).
Figura 1. Proposta de manejo agroambiental para a microbacia do Córrego do Espraiado, municípios de Ribeirão Preto e de Cravinhos, SP.
Fonte: Embrapa (2006).
Figura 2. Manejo agroambiental nas nascentes do rio Araguaia.
Fonte: Embrapa (2006).
Nesse contexto, a presente proposta visa também contribuir com o programa de Zoneamento Ecológico-Econômico do Ministério do Meio Ambiente, dentro do escopo de racionalização da ocupação do espaço territorial e do re-direcionamento das atividades, convergindo assim para uma proposta de manejo com visão sustentável.
Em síntese, espera-se que este trabalho possa contribuir com o processo de gestão sustentável de áreas de recarga direta ou de afloramento de aquíferos sedimentares, tendo o aquífero Guarani como exemplo.
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