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Título: Diagnóstico dos serviços de polinização em pomares de macieira e efeito de formulações de iscas tóxicas sobre Apis mellifera Linnaeus, 1758 (Hymenoptera:Apidae) em laboratório e campo.
Autoria: ROSA, J. M. DA
Afiliação: Joatan Machado da Rosa.
Ano de publicação: 2016
Referência: 2016
Páginas: 109
Conteúdo: A presença de abelhas no período de florescimento dos pomares de macieiras pode ser considerada indispensável para o aumento de produção e qualidade dos frutos. Nos últimos anos, a utilização de agrotóxicos tem gerado preocupação quanto ao efeito deletério sobre polinizadores, com destaque para Apis mellifera, principal polinizador associado à cultura da macieira. O emprego de iscas tóxicas para suprimir populações da moscas-das-frutas Sul-americana Anastrepha fraterculus Wied. (Diptera: Tephritidae), tem sido uma das principais estratégias utilizadas em pomares de macieiras na região sul do Brasil. Esta técnica associa um atrativo a um agente letal (inseticida) e é aplicada no interior e/ou bordadura dos pomares havendo preocupações sobre o efeito dessas formulações na população de Apis mellifera. Nesse trabalho, foi realizado um levantamento de informações sobre os serviços de polinização na cultura da macieira, avaliado a toxicidade de inseticidas e formulações de iscas tóxicas sobre A. mellifera em laboratório e avaliada a atratividade e repelência de iscas tóxicas e seus componentes no campo. As informações sobre os serviços de polinização foram obtidas nos municípios de São Joaquim (SC) e Vacaria (RS) utilizando entrevistas presenciais com questionários estruturados. Foram entrevistados 110 maleicultores e técnicos responsáveis pelos pomares entre 2013 e 2015 registrando-se: a) o sistema de produção adotado; b) emprego de serviços de polinização; c) número de colmeias por hectare na floração; d) valor do aluguel de colmeias; e) mortalidade de colônias; f) agrotóxicos aplicados na floração e, g) presença de abelhas ativas na floração. O efeito de inseticidas sobre Apis mellifera foi avaliado em laboratório (25 ± 2 ºC, UR de 70 ± 10%) utilizando duas formas de exposição: a) tópica com aplicação de 1?L de cada inseticida sobre o pronoto das abelhas e b) ingestão de dieta contaminada. Os inseticidas avaliados foram: acetamiprido (Mospilan 200 SP® 40 g 100L-1), espinosade (Tracer 480 SC® 20 mL 100L-1), espinetoram (Delegate 25 WG® 30 g 100L-1), fosmete (Imidan 500 WP® 200 g 100L-1), malationa (Malathion 1000 EC®150 mL 100L-1), metidationa (Suprathion 400 EC® 100 mL 100L-1), e as iscas tóxicas de pronto uso contendo espinosade (Success 0,02 CB®) (1:1,5 de água), e alfacipermetrina (Gelsura®) (1:2 de água). Nos dois métodos de exposição, os inseticidas avaliados foram classificados segundo a ?International Organization for Biological and Integrated Control of Noxious Animals and Plants? (IOBC). Os sintomas de intoxicação e a mortalidade foram registrados até 72 horas após a exposição. Em campo, foram conduzidos experimentos com e sem chance de escolha para avaliar a atratividade e repelência de iscas tóxicas e seus 9 componentes sobre A. mellifera. Estações artificiais de forrageamento foram desenvolvidas e instaladas a 30 metros do apiário da Estação Experimental Epagri/EESJ, SC. Dois dias antes do início dos testes as abelhas passaram por um treinamento para reconhecimento do local. Os tratamentos avaliados foram: Anamed®, Biofruit® (3%), Flyral® (1,25%) e melaço de cana-de-açúcar (7%), testados com e sem o inseticida Malathion 1000 CE® (0,15%), e as formulações de pronto uso Success 0,02 CB® (1:1,5 de água) e Gelsura® (1:2 de água). As avaliações das visitas às estações foram feitas a cada 10 minutos através de fotografias, com nove tomadas diárias de imagens para cada tratamento, o número de visitas às iscas foi contado em cada intervalo e em cada tratamento. Em São Joaquim e Vacaria, a maioria dos produtores (68,6% e 70%) utiliza a produção integrada de maçãs (PIM) como sistema de produção. A polinização dirigida é utilizada por 90,1% e 100% dos entrevistados respectivamente, dos quais 51% e 80% optam pelo aluguel de colmeias. Em média, são utilizadas três colmeias por hectare nas duas regiões. O custo médio de aluguel foi de R$ 57,30 e R$ 56,60 por colmeia em Vacaria e São Joaquim, respectivamente. Durante a floração, agrotóxicos foram utilizados por 100% e 97,2% dos entrevistados. O maior percentual médio de mortalidade de colônias na floração (14,8%) foi relatado em Vacaria durante a florada de 2014. Em laboratório, foi observado que, independente do modo de exposição, alfacipermetrina (isca tóxica Gelsura®) e malationa foram altamente tóxicos, assim como metidationa via aplicação tópica. Espinetoram e espinosade foram levemente nocivos em aplicação tópica e moderadamente nocivos quando oferecidos em dieta contaminada. Os inseticidas acetamiprido, fosmete e a isca tóxica de pronto uso Success (0,02 CB)® foram levemente nocivos à A. mellifera nas duas formas de exposição. Nos testes de campo, a isca tóxica de pronto uso Gelsura® e o Anamed®com e sem a adição do inseticida Malathion foram repelentes a A. mellifera. Nos experimentos com e sem chance de escolha, componentes e iscas tóxicas de pronto uso não foram atrativos ao forrageio por A. mellifera. Conclui-se que os serviços de polinização, através do aluguel de colmeias de A. mellifera, são adotados pela maioria dos maleicultores, empregando em média três colmeias por hectare no período de floração da macieira. Inseticidas utilizados na formulação de iscas tóxicas apresentaram diferentes níveis de toxicidade em laboratório. Em campo, os atrativos Anamed ®, Biofruit® (3%), Flyral® (1,25%) e melaço de cana-de-açúcar (7%), testados com e sem o inseticida Malathion 1000 CE® (0,15%), bem como as formulações de pronto uso Success 0,02 CB® e Gelsura®utilizadas para controle de A. fraterculus, não são atrativas ao forrageio por A. mellifera. O atrativo Anamed® e a isca tóxica de pronto uso Gelsura® são repelentes a A. mellifera. Palavras-chave: Malus domestica. Apidae. Serviços de polinização. Toxicidade. Atratividade. Repelência.
Thesagro: Malus Domestica
NAL Thesaurus: Apidae
Palavras-chave: Serviços de polinização
Atratividade
Repelência
Toxicidade
Notas: Tese (Doutorado em Fitossanidade) -- Universidade Federal de Pelotas, Programa de Pós-Graduação em Fitossanidade, Pelotas, RS, 2016. Orientado por Marcos Botton - Pesquisador da Embrapa Uva e Vinho e co-orientado por Anderson Dionei Grützmacher
Tipo do material: Teses
Acesso: openAccess
Aparece nas coleções:Tese/dissertação (CNPUV)

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